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Primeira etapa foi vencida, diz pai de João Hélio
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A família do menino João
Hélio Fernandes Vieites, 6,
morto brutalmente depois de
ser arrastado por sete quilômetros preso a um cinto de segurança, no início de fevereiro, no
Rio, comemorou a decisão da
CCJ do Senado de reduzir a
maioridade penal.
Cinco pessoas foram presas
acusadas de envolvimento com
o assassinato, entre eles um
adolescente de 16 anos.
O crime reacendeu o debate
sobre a redução da maioridade
penal no Congresso e motivou
a aprovação de uma série de
projetos antiviolência no Legislativo.
"A gente vê como uma vitória, uma primeira etapa vencida. Desde o que aconteceu com
nosso filho, a gente vem defendendo a redução da maioridade
penal, mas apenas como um
dos pontos necessários para diminuir a violência", afirmou
ontem o pai do menino, Elson
Lopes Vieites.
Cerca de duas semanas depois da morte do menino, a família de João Hélio começou a
participar de manifestações
contra a violência. Aline, 14, irmã do garoto, deu várias declarações a favor da redução da
maioridade penal.
"Com a decisão da CCJ, os
clamores da população foram
ouvidos. A sociedade se sente
recompensada", disse ele.
Ainda não é o suficiente
Já Ari Friedenbach, pai da estudante Liana, estuprada e
morta em 2003 por um jovem
de 16 anos, achou que a aprovação da proposta ontem pela
CCJ do Senado ainda não é o
suficiente.
"Sou favorável a que menores que cometem crimes hediondos, independentemente
da idade, passem por uma perícia médica para se saber se têm
consciência de seus atos. Se tiverem, devem ser emancipados
e responderem pelo Código Penal, como os adultos."
Por isso, Friedenbach afirma
que o projeto aprovado ontem
não irá mudar a atual situação.
"Amanhã, se um menor de 15
anos matar e estuprar, continuará impune. Essa mudança
não vai dar em nada. Acho que
não deveria ter uma idade mínima estabelecida para os crimes hediondos."
Quando sua filha foi morta,
Friedenbach chegou a fazer
uma campanha pela redução
da maioridade penal, mas agora acha que o problema é mais
complexo.
"Cheguei à conclusão de que
é preciso analisar o crime, o
menor e punir justamente."
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