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Polícia testa versões para caso Isabella hoje em simulação
Ação policial será feita para verificar se o espaço físico e o tempo contradizem hipóteses cogitadas para o crime
Alexandre Nardoni, pai da menina, a madrasta, Anna Carolina Jatobá, e a mãe, Ana Carolina Oliveira, não devem estar presentes
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Da chegada do casal Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Trotta Jatobá, 24, à queda da
menina Isabella Nardoni no
jardim do edifício Residencial
London. Todos os passos relatados pelo casal, por testemunhas ou presumidos pela polícia serão refeitos hoje, a partir
das 9h, no mesmo prédio da rua
Santa Leocádia, 138, na Vila
Isolina Mazzei (zona norte).
O pai, a madrasta e a mãe da
menina, Ana Carolina Oliveira,
24, foram convocados a participar da "reprodução simulada"
- forma como os peritos chamam a encenação de todas as
versões-, mas não devem comparecer. A simulação será feita
com policiais, testemunhas e
funcionários do resgate.
A intenção é ver se o espaço
físico e o tempo contradizem
alguma das hipóteses cogitadas
para o crime.
Segundo a polícia, as agressões à menina começaram no
carro. A madrasta a asfixiou e o
pai a soltou da janela, depois de
segurá-la pelos pulsos do lado
de fora da janela do sexto andar. Já o casal diz que alguém
invadiu o apartamento e jogou
a menina pela janela.
Uma boneca com tamanho e
peso similares aos de Isabella
será usada. Como o casal não é
obrigado a encenar, policiais do
mesmo porte de Alexandre e
Anna deverão entrar em cena.
Também haverá peritos em
outros apartamentos, na portaria e até em edifícios vizinhos
para conferir se é possível escutar gritos emitidos do apartamento 62, onde ocorreu o crime. Um decibelímetro [aparelho para medir decibéis] pode
vir a ser utilizado.
Interdição
A rua foi parcialmente interditada desde às 23h30 de sábado. Apenas veículos de moradores, visitantes e prestadores
de serviço poderão passar.
Segundo o supervisor do
GOE (Grupo de Operações Especiais), Luiz Antonio Pinheiro, curiosos a pé poderão chegar a até 60 metros do prédio.
"Se alguém quiser passar, nós
vamos perguntar onde vai. Se
falar que vai a uma casa, vamos
acompanhá-lo", disse ele.
Para facilitar, uma lista de
moradores e veículos foi cadastrada nos últimos dois dias. Do
lado direito do residencial London há um Batalhão da Corregedoria da Polícia Militar e várias casas. Do outro lado, dois
prédios e mais casas. Em frente
ao edifício, há um prédio residencial e uma escola infantil.
A imprensa terá espaço reservado bem diante do prédio.
Algumas emissoras alugaram
apartamentos do prédio em
frente ao edifício London por
até R$ 10 mil, segundo dizem
alguns moradores.
Os caminhões para transmissão ao vivo poderão estacionar
no imóvel da Corregedoria.
Helicópteros foram proibidos das 8h às 22h, em um raio
de 1,5 km a partir do prédio. Na
quinta-feira, a aeronáutica negou pedido da polícia para interditar o espaço aéreo, alegando que o pedido não se enquadrava em nenhum motivo previsto pelo órgão.
O DTCEA (Divisão de Controle do Espaço Aéreo), afirmou que a Aeronáutica irá solicitar por notificação aos aeronavegantes que os helicópteros
não sobrevoem, já que a interdição não é possível. Em caso
de desobediência, a Anac será
comunicada.
A previsão é que a reconstituição dure cerca de 10 horas.
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