São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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Candidatos a postos da PM do Rio farão exame antidrogas

Teste identifica maconha, cocaína e outras drogas até 90 dias após o consumo

Candidato que for flagrado em exame toxicológico será reprovado; primeiro teste foi aplicado a grupo de cerca de 200 postulantes a oficiais


RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

No Estado em que o tráfico de drogas se manifesta com violência no país, a Polícia Militar do Rio adotou pela primeira vez a exigência de exame toxicológico na seleção de candidatos a oficiais e soldados da corporação. Uma das principais atividades da PM hoje é o combate ao tráfico de drogas.
As forças de segurança do Rio são as que mais matam e mais morrem no Brasil. Em 2008, as polícias militar e civil foram responsáveis por 1.137 mortes em supostos confrontos; morreram 90 policiais militares (a Polícia Civil não informou) em serviço ou de folga.
O exame toxicológico de larga detecção, usado pela PM, identifica o uso de drogas ilegais -como maconha e cocaína- e legais, como bebida, consumidas até 90 dias antes da data da testagem.
No total, são 14 as drogas detectadas de uma só vez, entre elas maconha e derivados (como skank e haxixe); cocaína e derivados, como crack; ecstasy; anfetaminas e metanfetaminas; heroína, morfina, e outras.
Antes, já eram feitos exames laboratoriais com amostras de sangue e urina.
O primeiro teste toxicológico foi feito em um grupo de cerca de 200 candidatos a oficiais, no atual concurso, e o resultado ainda não está pronto. Os postulantes a soldados ainda não chegaram a essa etapa do processo. A seleção de soldados abriu 4.000 vagas, sendo 200 de policiais femininos.
Quem for flagrado por ter usado droga ilícita estará reprovado, disse a chefe do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças (CRSP), tenente-coronel Ana Cláudia Siciliano.
"O interesse é que o candidato seja o mais honesto possível. Mesmo que não informe, nós fazemos a busca e descobrimos. Se mentiu, normalmente fica reprovado", afirmou Siciliano.
O exame toxicológico faz parte de uma bateria de testes médicos, mas também é uma ferramenta de investigação da vida dos candidatos conduzida pela seção de Inteligência da PM. O objetivo é identificar desvios de conduta, como crimes, uso de drogas e outros.
Ao realizar esse tipo de exame, a PM pretende eliminar quem não tem o perfil desejado pela corporação para a função.
"Somos responsáveis pelo policial que vai para a rua. Não temos 100% de garantia, mas queremos alguém com a conduta ilibada. Muita gente não tem os valores arraigados", afirmou a tenente-coronel.
Na atual seleção de soldados, com cerca de 38 mil candidatos, houve mais de 9.000 aprovados na prova intelectual.


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