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Candidatos a postos da PM do Rio farão exame antidrogas
Teste identifica maconha, cocaína e outras drogas até 90 dias após o consumo
Candidato que for flagrado em exame toxicológico será reprovado; primeiro teste foi aplicado a grupo de cerca de 200 postulantes a oficiais
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
No Estado em que o tráfico
de drogas se manifesta com violência no país, a Polícia Militar
do Rio adotou pela primeira vez
a exigência de exame toxicológico na seleção de candidatos a
oficiais e soldados da corporação. Uma das principais atividades da PM hoje é o combate
ao tráfico de drogas.
As forças de segurança do Rio
são as que mais matam e mais
morrem no Brasil. Em 2008, as
polícias militar e civil foram
responsáveis por 1.137 mortes
em supostos confrontos; morreram 90 policiais militares (a
Polícia Civil não informou) em
serviço ou de folga.
O exame toxicológico de larga detecção, usado pela PM,
identifica o uso de drogas ilegais -como maconha e cocaína- e legais, como bebida, consumidas até 90 dias antes da
data da testagem.
No total, são 14 as drogas detectadas de uma só vez, entre
elas maconha e derivados (como skank e haxixe); cocaína e
derivados, como crack; ecstasy;
anfetaminas e metanfetaminas; heroína, morfina, e outras.
Antes, já eram feitos exames
laboratoriais com amostras de
sangue e urina.
O primeiro teste toxicológico
foi feito em um grupo de cerca
de 200 candidatos a oficiais, no
atual concurso, e o resultado
ainda não está pronto. Os postulantes a soldados ainda não
chegaram a essa etapa do processo. A seleção de soldados
abriu 4.000 vagas, sendo 200
de policiais femininos.
Quem for flagrado por ter
usado droga ilícita estará reprovado, disse a chefe do Centro de Recrutamento e Seleção
de Praças (CRSP), tenente-coronel Ana Cláudia Siciliano.
"O interesse é que o candidato seja o mais honesto possível.
Mesmo que não informe, nós
fazemos a busca e descobrimos.
Se mentiu, normalmente fica
reprovado", afirmou Siciliano.
O exame toxicológico faz
parte de uma bateria de testes
médicos, mas também é uma
ferramenta de investigação da
vida dos candidatos conduzida
pela seção de Inteligência da
PM. O objetivo é identificar
desvios de conduta, como crimes, uso de drogas e outros.
Ao realizar esse tipo de exame, a PM pretende eliminar
quem não tem o perfil desejado
pela corporação para a função.
"Somos responsáveis pelo
policial que vai para a rua. Não
temos 100% de garantia, mas
queremos alguém com a conduta ilibada. Muita gente não
tem os valores arraigados",
afirmou a tenente-coronel.
Na atual seleção de soldados,
com cerca de 38 mil candidatos,
houve mais de 9.000 aprovados
na prova intelectual.
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