Ação, que pede à prefeitura política para famílias carentes, envolve 2.000 pessoas

DO "AGORA"

Cerca de 2.000 pessoas invadiram, ontem de madrugada, dois prédios vazios e parte do viaduto do Chá, no centro de São Paulo. Um terreno particular em M'Boi Mirim (zona sul) chegou a ser invadido por um grupo de sem-teto, mas foi liberado à noite pela polícia.
O movimento é liderado pela FLM (Frente de Luta por Moradia), que exige urgência do prefeito Gilberto Kassab (DEM) na adoção de política social para famílias com renda até três salários mínimos.
"Moro de favor na casa de uma cunhada. Não dá pagar aluguel em São Paulo. Minha esperança é conseguir ajuda da prefeitura", disse a doméstica Diana de Oliveira, 33, do grupo que protestava no viaduto do Chá, em frente à prefeitura.
"Só vamos sair daqui quando a prefeitura se comprometer, por escrito, a desapropriar o terreno na avenida Bento Guelfi, em Alto Alegre. Lá é possível construir moradia para mais de 2.000 famílias", disse o coordenador da FLM, Osmar Borges.
Os prédios invadidos foram o edifício do INSS na avenida Nove de Julho e o Prestes Maia.
A prefeitura informou que recebeu representantes dos invasores e que as reivindicações foram transmitidas a funcionários da Secretaria Municipal da Habitação. Segundo a administração, os assuntos discutidos dizem respeito ao governo federal e ao governo estadual.
Em nota, a prefeitura disse que "não pode interferir", mas prometeu intermediar as negociações, sob o compromisso da saída dos invasores.


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