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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Experiência em São Paulo vira livro e atração em congresso
Psicodrama ajuda a reduzir abusos
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O psicodrama, técnica onde os
participantes manifestam seus
problemas e angústias assumindo
diferentes papéis, vem sendo empregado com sucesso no tratamento e na prevenção da violência familiar. Os mais beneficiados
são as crianças e os adolescentes,
que aprendem a reconhecer situações de risco e a se proteger delas.
A prática foi adotada pelo Centro de Referência às Vítimas da
Violência do Instituto Sedes Sapientiae. Em convênio com o Estado, o centro vem trabalhando
com sete "pólos de profilaxia" em
comunidades das regiões oeste e
centro da cidade de São Paulo, como Jaguaré, Achiropita, no Bexiga, Paraisópolis e Rio Pequeno.
Em cada intervenção, que acontece durante um ano, participam
cerca de 50 a 70 crianças e adolescentes e outro tanto de pais. A experiência é contada no livro "O
Fim do Silêncio na Violência Familiar" (editora Ágora), que está
sendo lançado, e será apresentada
no 13º Congresso Brasileiro de
Psicodrama, que acontece a partir
de amanhã, em Salvador.
As sessões de psicodrama em
família ou em grupos da mesma
idade permitem o uso de técnicas
de "aquecimento", deixando os
participantes mais à vontade. "É
muito difícil para um pai ou uma
mãe falar do filho que foi abusado", diz Dalka Ferrari, uma das
organizadoras do livro. "Quando
percebem que há outros pais nessa situação, eles se encorajam."
As sessões de prevenção são feitas em espaços da própria comunidade. Uma vez por mês, com
pais e educadores; uma vez por
semana, com crianças e adolescentes. "O trabalho com menores
precisa ser mais intenso, ensinando autodefesa, porque eles podem cair nas mãos de um abusador ou não se dar conta de que são
vítimas de violência", diz Dalka.
As várias sessões, que começam
sempre mostrando o que é o normal e o esperado, tratam da violência física, sexual e psicológica.
No último caso, estão pais que humilham seus filhos. As sessões
também mostram a quem os menores devem recorrer quando se
sentem vítimas ou observam alguma violência.
Centro de Referência às Vítimas de Violência: 0/xx/11/3866-2756 e 3866-2757
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