São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Experiência em São Paulo vira livro e atração em congresso

Psicodrama ajuda a reduzir abusos

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O psicodrama, técnica onde os participantes manifestam seus problemas e angústias assumindo diferentes papéis, vem sendo empregado com sucesso no tratamento e na prevenção da violência familiar. Os mais beneficiados são as crianças e os adolescentes, que aprendem a reconhecer situações de risco e a se proteger delas.
A prática foi adotada pelo Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae. Em convênio com o Estado, o centro vem trabalhando com sete "pólos de profilaxia" em comunidades das regiões oeste e centro da cidade de São Paulo, como Jaguaré, Achiropita, no Bexiga, Paraisópolis e Rio Pequeno.
Em cada intervenção, que acontece durante um ano, participam cerca de 50 a 70 crianças e adolescentes e outro tanto de pais. A experiência é contada no livro "O Fim do Silêncio na Violência Familiar" (editora Ágora), que está sendo lançado, e será apresentada no 13º Congresso Brasileiro de Psicodrama, que acontece a partir de amanhã, em Salvador.
As sessões de psicodrama em família ou em grupos da mesma idade permitem o uso de técnicas de "aquecimento", deixando os participantes mais à vontade. "É muito difícil para um pai ou uma mãe falar do filho que foi abusado", diz Dalka Ferrari, uma das organizadoras do livro. "Quando percebem que há outros pais nessa situação, eles se encorajam."
As sessões de prevenção são feitas em espaços da própria comunidade. Uma vez por mês, com pais e educadores; uma vez por semana, com crianças e adolescentes. "O trabalho com menores precisa ser mais intenso, ensinando autodefesa, porque eles podem cair nas mãos de um abusador ou não se dar conta de que são vítimas de violência", diz Dalka.
As várias sessões, que começam sempre mostrando o que é o normal e o esperado, tratam da violência física, sexual e psicológica. No último caso, estão pais que humilham seus filhos. As sessões também mostram a quem os menores devem recorrer quando se sentem vítimas ou observam alguma violência.


Centro de Referência às Vítimas de Violência: 0/xx/11/3866-2756 e 3866-2757


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