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FIM DE FEIRA
Caminhões estacionados na avenida Gastão Vidigal ocuparam o lugar dos galpões fechados
Sem Ceagesp, produtor vende fruta na rua
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem poder entrar na Ceagesp
(Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais do Estado de
São Paulo) desde quarta-feira,
devido à chuva que inundou o
local, produtores improvisaram,
ontem, a venda de parte da carga
numa área da avenida Doutor
Gastão Vidigal (zona oeste).
Mamão, limão, abacaxi e goiaba eram algumas das frutas que
podiam ser encontradas no local. Com medo de que a mercadoria estragasse, a comerciante
Karina Urbano, 25, que estava
com três caminhões abarrotados de produtos, começou a
vender os itens na rua para feirantes e donos de supermercados. "Só não vai dar para vender
a goiaba porque amadureceu
um pouco", comentou. O improviso não evitou o prejuízo. A
caixa de limão, vendida entre R$
15 e R$ 20, ontem custava R$ 10.
Após um dia de atividades suspensas, a Ceagesp voltou a funcionar parcialmente ontem com
o comércio de verduras e legumes. As frutas - as mais atingidas- só devem voltar a ser vendidas hoje. O prejuízo total ultrapassa R$ 10 milhões. Ontem,
25 caminhões de lixo retiraram
entulhos e produtos estragados.
Comerciantes abatidos ajudavam no trabalho jogando fora os
itens atingidos pela água da
inundação. O vendedor Adairton da Costa, 31, enfileirou 113
caixas de laranja em frente ao
box para serem jogadas no lixo.
Do estoque de 241 caixas, apenas
128 puderam ser salvas porque
não foram atingidas pela água. O
prejuízo total foi de R$ 4.100. Como a parte de frutas da Ceagesp
estava fechada, Costa dedicou a
tarde à limpeza do box, feita com
uma caixa grande de sabão em
pó e sete litros de água sanitária.
No varejo, o efeito do aumento
dos preços ainda não pôde ser
notado. Na feira do Bom Retiro,
os valores, em geral, não chegaram a aumentar, mas a previsão
é a de que, a partir da próxima
semana, aconteça uma alta.
Segundo Mariangela Dalaqua,
que integra o comitê técnico do
Conselho Regional de Nutricionistas, os consumidores devem
ter cuidado com a possível queda de preços de frutas e verduras
para não adquirirem produtos
deteriorados. A recomendação é
que sejam comprados apenas
alimentos em perfeitas condições. (AMARÍLIS LAGE, LUÍSA BRITO E SIMONE HARNIK)
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