São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2005

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FIM DE FEIRA

Caminhões estacionados na avenida Gastão Vidigal ocuparam o lugar dos galpões fechados

Sem Ceagesp, produtor vende fruta na rua

DA REPORTAGEM LOCAL

Sem poder entrar na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo) desde quarta-feira, devido à chuva que inundou o local, produtores improvisaram, ontem, a venda de parte da carga numa área da avenida Doutor Gastão Vidigal (zona oeste).
Mamão, limão, abacaxi e goiaba eram algumas das frutas que podiam ser encontradas no local. Com medo de que a mercadoria estragasse, a comerciante Karina Urbano, 25, que estava com três caminhões abarrotados de produtos, começou a vender os itens na rua para feirantes e donos de supermercados. "Só não vai dar para vender a goiaba porque amadureceu um pouco", comentou. O improviso não evitou o prejuízo. A caixa de limão, vendida entre R$ 15 e R$ 20, ontem custava R$ 10.
Após um dia de atividades suspensas, a Ceagesp voltou a funcionar parcialmente ontem com o comércio de verduras e legumes. As frutas - as mais atingidas- só devem voltar a ser vendidas hoje. O prejuízo total ultrapassa R$ 10 milhões. Ontem, 25 caminhões de lixo retiraram entulhos e produtos estragados.
Comerciantes abatidos ajudavam no trabalho jogando fora os itens atingidos pela água da inundação. O vendedor Adairton da Costa, 31, enfileirou 113 caixas de laranja em frente ao box para serem jogadas no lixo. Do estoque de 241 caixas, apenas 128 puderam ser salvas porque não foram atingidas pela água. O prejuízo total foi de R$ 4.100. Como a parte de frutas da Ceagesp estava fechada, Costa dedicou a tarde à limpeza do box, feita com uma caixa grande de sabão em pó e sete litros de água sanitária.
No varejo, o efeito do aumento dos preços ainda não pôde ser notado. Na feira do Bom Retiro, os valores, em geral, não chegaram a aumentar, mas a previsão é a de que, a partir da próxima semana, aconteça uma alta.
Segundo Mariangela Dalaqua, que integra o comitê técnico do Conselho Regional de Nutricionistas, os consumidores devem ter cuidado com a possível queda de preços de frutas e verduras para não adquirirem produtos deteriorados. A recomendação é que sejam comprados apenas alimentos em perfeitas condições. (AMARÍLIS LAGE, LUÍSA BRITO E SIMONE HARNIK)

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