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Vítima de turbulência passa por cirurgia
Homem foi operado, e idosa ainda passará por cirurgia; no total, 21 pessoas se feriram em avião da TAM
DA REPORTAGEM LOCAL
Um passageiro do voo da
TAM que sofreu forte turbulência na noite de anteontem
pouco antes de pousar no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), foi submetido ontem a cirurgia. Outra passageira ainda será operada.
Ambos tiveram fraturas e
permaneciam internados ontem à noite, sem previsão de alta. Não correm risco de morte.
O voo JJ 8095 partiu de Miami com 154 passageiros e pousou às 19h35. Foram 21 feridos:
16 passageiros e 5 comissários
-8 foram para hospitais.
Ana Maria Lima, 73, sofreu
fratura de fêmur e coluna e será
submetida a cirurgia após exames e análise de condições clínicas. Segundo o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, seu quadro
era estável na noite de ontem e
não houve déficit neurológico.
Francisco Celestino Garcia
Júnior, 59, teve fratura de fêmur e ombro e passou por cirurgia ontem no Hospital Israelita Albert Einstein.
Uma adolescente que já estava em casa, em Ribeirão Preto
(314 km de SP), sentiu dores
ontem e foi examinada num
hospital da cidade, com diagnóstico de fratura. A TAM não
deu mais detalhes sobre o caso.
A companhia informou que
presta assistência aos passageiros e dá como praticamente
certo que a causa do incidente
foi uma forte turbulência.
À Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) a TAM informou, em relatório da ocorrência, que "não foram observados
erros operacionais, bem como
danos na aeronave".
Investigação
O Cenipa, órgão da Aeronáutica que investiga acidentes, informou que apura o "incidente". O objetivo é a prevenção
-são geradas recomendações
de segurança, e não punições.
Especialistas em aviação
afirmam que tudo indica que o
avião da TAM passou por um
caso raro: uma forte turbulência de ar claro, o tipo mais imprevisível do fenômeno.
Segundo o major Robson
Ressurreição, meteorologista
do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo, turbulências
podem ser geradas por nuvens
carregadas ou montanhas. Já a
de ar claro é provocada por fortes rajadas de vento. O agravante é que não é possível detectar
essas correntes, já que o céu
não tem alterações visíveis.
Nos demais casos de turbulência, os equipamentos enviam alertas à cabine.
Outro ponto crítico foi a intensidade. Turbulências são
frequentes, mas não nessa intensidade, diz o comandante
Fernando Murilo, piloto há
mais de 40 anos. "Na minha carreira, peguei turbulências assim
duas ou três vezes", conta, afirmando que, apesar de não ser
comum, o avião pode "despencar" centenas de metros.
Ivan Sant'Anna, especialista
em aviação civil, tranquiliza o
viajante aflito. "Embora seja
desagradável, turbulência não
derruba aviões."
Colaborou o "Agora"
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