São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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Vítima de turbulência passa por cirurgia

Homem foi operado, e idosa ainda passará por cirurgia; no total, 21 pessoas se feriram em avião da TAM

DA REPORTAGEM LOCAL

Um passageiro do voo da TAM que sofreu forte turbulência na noite de anteontem pouco antes de pousar no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), foi submetido ontem a cirurgia. Outra passageira ainda será operada.
Ambos tiveram fraturas e permaneciam internados ontem à noite, sem previsão de alta. Não correm risco de morte.
O voo JJ 8095 partiu de Miami com 154 passageiros e pousou às 19h35. Foram 21 feridos: 16 passageiros e 5 comissários -8 foram para hospitais.
Ana Maria Lima, 73, sofreu fratura de fêmur e coluna e será submetida a cirurgia após exames e análise de condições clínicas. Segundo o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, seu quadro era estável na noite de ontem e não houve déficit neurológico.
Francisco Celestino Garcia Júnior, 59, teve fratura de fêmur e ombro e passou por cirurgia ontem no Hospital Israelita Albert Einstein.
Uma adolescente que já estava em casa, em Ribeirão Preto (314 km de SP), sentiu dores ontem e foi examinada num hospital da cidade, com diagnóstico de fratura. A TAM não deu mais detalhes sobre o caso.
A companhia informou que presta assistência aos passageiros e dá como praticamente certo que a causa do incidente foi uma forte turbulência.
À Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) a TAM informou, em relatório da ocorrência, que "não foram observados erros operacionais, bem como danos na aeronave".

Investigação
O Cenipa, órgão da Aeronáutica que investiga acidentes, informou que apura o "incidente". O objetivo é a prevenção -são geradas recomendações de segurança, e não punições.
Especialistas em aviação afirmam que tudo indica que o avião da TAM passou por um caso raro: uma forte turbulência de ar claro, o tipo mais imprevisível do fenômeno.
Segundo o major Robson Ressurreição, meteorologista do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, turbulências podem ser geradas por nuvens carregadas ou montanhas. Já a de ar claro é provocada por fortes rajadas de vento. O agravante é que não é possível detectar essas correntes, já que o céu não tem alterações visíveis.
Nos demais casos de turbulência, os equipamentos enviam alertas à cabine.
Outro ponto crítico foi a intensidade. Turbulências são frequentes, mas não nessa intensidade, diz o comandante Fernando Murilo, piloto há mais de 40 anos. "Na minha carreira, peguei turbulências assim duas ou três vezes", conta, afirmando que, apesar de não ser comum, o avião pode "despencar" centenas de metros.
Ivan Sant'Anna, especialista em aviação civil, tranquiliza o viajante aflito. "Embora seja desagradável, turbulência não derruba aviões."


Colaborou o "Agora"


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