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Aos 101, Niemeyer conclui dois novos projetos e lança livro
Propostas são de uma torre de 60 m em Niterói e de um prédio que abrigará uma biblioteca árabe/sul-americana na Argélia
Ainda não há prazo para o início das duas obras; hoje, no Rio, arquiteto lança o livro ilustrado "Oscar Niemeyer 1999-2009" e uma revista
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Oscar Niemeyer no seu escritório, em Copacabana; ele lança livro hoje com síntese de sua obra
SERGIO TORRES
CLAUDIA ANTUNES
DA SUCURSAL DO RIO
O arquiteto Oscar Niemeyer,
101, concluiu dois novos projetos imponentes -uma torre de
60 metros em Niterói (a 15 km
do Rio) e o prédio que abrigará
em Argel (Argélia) uma biblioteca árabe/sul-americana.
Ele lança hoje no Rio o livro
ilustrado "Oscar Niemeyer
1999-2009", síntese de sua
obra nos dez últimos anos, e o
quarto volume de "Nosso Caminho", revista trimestral que
edita com a mulher, Vera Lúcia.
Com 60 m de altura, avistada
a quilômetros quando pronta, a
torre em forma de cogumelo foi
projetada para ficar a dez passos da baía de Guanabara -e é
rara no portfólio do mais consagrado arquiteto brasileiro.
A Prefeitura de Niterói espera obter os R$ 19 milhões para a
obra -ou ao menos parte deles- junto à iniciativa privada.
Ao projetar a torre, Niemeyer procurava algo para suprir
o veto da Igreja Católica, em
2004, à catedral que desenhara
para Niterói -projeto do qual
se orgulhava; reputava-o como
um de seus melhores em décadas de trabalho. Da mesma forma, também não seria erguida a
catedral evangélica.
Quase lado a lado, as catedrais seriam destaques do Caminho Niemeyer, prédios do
arquiteto ao longo da orla.
O primeiro deles, na década
passada, foi o MAC (Museu de
Arte Contemporânea), grande
atração turística brasileira.
Também estão prontas uma estação hidroviária, a praça JK, o
Teatro Popular (em reforma) e
um memorial. Os museus Oscar Niemeyer e do Cinema já
têm os prédios erguidos.
"O tal Caminho Niemeyer vinha muito devagar, não havia
dinheiro. De modo que, o tempo correndo assim lentamente,
a gente vai tendo ideia. O projeto vai se modificando. A torre
foi uma coisa que me ocorreu.
Estava no meio da baía, lembrei
da torre", disse ele à Folha ontem no escritório de Copacabana (zona sul do Rio).
Para acompanhar as obras
que estão em andamento, o arquiteto vai toda quarta a Niterói. Também projetou para o
local um centro de convenções
e uma nova estação de barcas.
"Estou me dedicando muito
a essa obra em Niterói. Acho
que vai ficar muito bom. O momento não dá ideia. Os prédios
estão dentro da praça. No dia
em que tivermos a praça completa, os prédios aparecem.
Acho que essa obra em Niterói
vai ser uma surpresa."
Já o convite para construir a
biblioteca na capital da Argélia
veio no início do ano. Na década de 1970, Niemeyer projetou
lá uma universidade e uma
mesquita.
A construção será uma das
principais sedes do projeto BibliAspa (Biblioteca América do
Sul-Países Árabes), aprovado
em 2005, com o objetivo de
criar uma rede de centros de
divulgação e pesquisa. Ainda
não há previsão de construção,
conclusão ou custos.
No Brasil, o projeto é dirigido
por Paulo Daniel Farah, professor da USP. Tem um portal
bilíngue na internet (www.bibliaspa.com.br).
Além da divulgação de textos
literários e acadêmicos sul-americanos, árabes e africanos,
a BibliAspa Brasil promove
cursos e pesquisas sobre temas
pertinentes às regiões.
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