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Governo de SP quer terceirizar compra de 24 trens para a CPTM
Empresa terá de investir R$ 900 milhões; contrapartida é contrato com estatal que renderá até R$ 200 milhões por ano
Licitação já foi aberta e, se não houver contestações, trens devem começar a ser entregues na linha 8 em outubro do ano que vem
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
A CPTM definiu que a compra de 24 trens e a reforma de
outros 12 para a linha 8-diamante (Julio Prestes-Amador
Bueno) será feita por meio de
uma parceria público-privada.
A empresa vencedora da licitação terá de investir R$ 900 milhões e, em troca, terá o contrato da manutenção dos trens por
20 anos -que custará até R$
200 milhões por ano ao Estado
quando todos forem entregues.
A linha, que transporta diariamente 400 mil pessoas, é a
única da malha de trens cuja
modernização será feita com
recursos da iniciativa privada.
É também uma das mais carentes da rede, alvo de reclamações
de usuários, sobretudo por causa de assaltos dentro dos trens.
"O Estado não dispõe de recursos suficientes para comprar os trens da linha 8, porque
já está investindo nas outras.
Então, a solução foi buscar esse
complemento na iniciativa privada", diz o presidente da
CPTM, Sérgio Avelleda.
As propostas da licitação, publicada no "Diário Oficial" de
hoje, poderão ser entregues até
31 de julho, e o contrato deverá
ser assinado em setembro. Os
primeiros trens reformados devem começar a chegar a partir
de outubro de 2010 e todos, inclusive os novos, deverão estar
rodando até meados de 2013.
A PPP (parceria público-privada) da linha 8 será diferente
da que foi feita pelo Estado para
viabilizar a construção da linha
4-amarela do Metrô.
Na linha 4, a iniciativa privada será responsável pela operação do sistema, que inclui a
venda de bilhetes, manutenção
e administração de estações e
do quadro de funcionários. Já
na linha 8, a contrapartida do
Estado será apenas o serviço de
manutenção dos trens novos.
Favorável ao modelo de parcerias (em que a iniciativa privada faz investimentos e recebe, como contrapartida, o direito de explorar um serviço por
tempo determinado), o consultor de transportes Flamínio
Fichmann observa que o sucesso do modelo adotado na linha
8 depende da criação de indicadores rígidos de qualidade do
serviço de manutenção e da fiscalização intensa pelo Estado.
Prazos
A linha 8 terá que receber um
trem reformado por mês a partir do 13º mês de contrato. A
partir do 22º, começam a chegar os novos -quatro por mês.
Segundo Avelleda, o Estado
irá investir mais R$ 450 milhões para modernizar a linha
-o que inclui reforma de 4 das
24 estações do percurso.
Um novo sistema de sinalização automática permitirá que a
distância entre os trens caia de
400 para 50 metros. O tempo
médio de espera deverá reduzir
de oito para cinco minutos.
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