ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

No final da década de 90, o filho de libaneses José João Rezek teve um câncer. Da cabeça, a doença se espalhou para o pescoço e o pulmão. Depois, ele contraiu uma meningite e uma pneumonia.
Era acabar um problema de saúde que logo começava outro. Sua mulher, Sônia, lembra que José sofreu ainda um derrame e um infarto.
Sobreviveu a tudo heroicamente. Em agradecimento, comprou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Em 2007, um mel, que ele acreditava ser lágrimas, surgiu nos olhos da santa. A origem nunca foi comprovada.
Resultado: todo tipo de gente, de todas as religiões, passou a visitar a casa de José, em Campo Grande (MS).
Até hoje, aos sábados e domingos, fiéis se aglomeram no salão de festas do local, para ver a imagem. Padres que acreditam no aparente milagre também vão à casa. O mel costuma ser doado para quem busca se curar.
Antigo dono de uma pedreira, de uma concessionária, e ex-corretor de imóveis, José sempre foi religioso. Com o suposto fenômeno, criou a ONG Nossa Senhora do Mel, que mantém uma casa de apoio a imigrantes.
Seu sonho era fazer um hospital em homenagem à santa. Sua mulher diz já ter conseguido a doação de equipamentos e que algumas obras já começaram. A previsão é que o Hospital Geral Nossa Senhora do Mel seja inaugurado ainda neste ano.
No sábado, José morreu aos 71, de aneurisma. Deixa viúva, cinco filhos e quatro netos. Uma missa será feita no sábado, onde a santa fica exposta. Sônia quer pôr um busto em frente ao hospital.

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