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Presídio já tem verba liberada desde 2004
LARISSA GUIMARÃES
LUCAS FERRAZ
DE BRASÍLIA
O caso mais extremo de
atraso na construção de um
presídio está na cidade de Pinheiro, interior do Maranhão
onde, até agora não foi utilizado um centavo dos R$ 4
milhões previstos para a
obra, autorizada em 2004.
O Estado quer alterar o
modelo da nova penitenciária, que pode criar 168 vagas.
Outro caso emblemático
envolve a construção do presídio Presidente Alves, no interior de SP. A verba para a
obra -R$ 22 milhões- está
liberada desde 2005, mas ela
não começou por problema
no licenciamento ambiental.
O Rio Grande do Sul é o Estado campeão em acumular
obras que não assentaram
nem sequer um tijolo: nove.
Juntas, as 60 obras que
têm verbas liberadas e não
saem do papel têm custo estimado de R$ 384,5 milhões, o
equivalente a quase metade
do total liberado (R$ 806 milhões) pelo governo Lula, via
Fundo Penitenciário, de
2003 até o ano passado.
"Estamos sempre cobrando isso [dos Estados]", disse
Airton Michels, diretor-geral
do Depen (Departamento Penitenciário Nacional).
Para ele, na maioria das
vezes, o atraso se deve a "precariedades das estruturas
burocráticas dos Estados".
Estes, por sua vez, reclamam
da demora na análise pela
Caixa Econômica Federal,
que afirma cumprir a lei.
Para o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar
Mendes, o número de obras
atrasadas é "constrangedor e
vergonhoso". Mendes, que
iniciou os mutirões carcerários há dois anos, cobra regularidade na liberação de verbas para a criação de vagas.
O coordenador nacional
da Pastoral Carcerária, padre
Valdir João Silveira, afirma
que os atrasos podem decorrer também da resistência de
prefeituras e dos Estados.
"A população que mais pede presídios é a mesma que
quer impedir a construção
em seu município", disse.
"Em ano eleitoral, quem concorre ao segundo mandato
pode fazer de tudo para que
cadeias fiquem no papel."
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