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Bolivianos provocaram briga, diz pai
da agência Folha,
em Campo Grande
da Sucursal de Brasília
O comerciante Mauro Nunes de
Moraes, 46, disse ontem que seu
filho, o universitário Mauro Salas
de Moraes, 19, sofreu "agressões
verbais e físicas" antes de espancar
o engraxate Ramiro Vidal, 16, no
último dia 19, na cidade boliviana
de Santa Cruz de la Sierra.
Segundo Nunes, o caso foi apenas uma "briga de rua", mas a TV
boliviana teria registrado apenas a
parte final, quando o engraxate foi
esmurrado e chutado no chão por
seu filho Mauro. As cenas, transmitidas durante toda a semana pela TV, geraram protestos contra os
estudantes brasileiros.
Mauro Salas de Moraes cursa o
segundo ano de Medicina na Universidade Católica Boliviana e mora há um ano e seis meses numa
república de universitários no
centro de Santa Cruz.
Sua mãe, Melvy Josefa Salas, é
boliviana, e seu pai, o brasileiro
Mauro Nunes, é dono de uma
agência de reembarque de mercadorias em Corumbá (MS), na
fronteira do Brasil com a Bolívia.
Nunes encontrou-se no domingo com o filho, preso desde o dia
da agressão no prédio da Polícia
Técnica Judicial (PTJ) de Santa
Cruz. O pai disse que ele deve ser
liberado "hoje ou amanhã" pelo
juiz que cuida do caso para responder ao processo em liberdade.
O comerciante afirmou que o
laudo da perícia médica apontou
apenas escoriações leves no engraxate. Ele encontrou-se com o tutor
do rapaz e comprometeu-se a pagar as despesas médicas.
Segundo o relato de Mauro a seu
pai, um grupo de bolivianos o teria
"insultado" e a dois colegas de
universidade.
Os três, como estavam em menor número, teriam chamado outros estudantes brasileiros, dando
início à briga.
O comerciante disse que não
houve motivo para os insultos.
"Há uma rixa entre alguns grupos
de adolescentes bolivianos e os
universitários brasileiros."
Mauro Salas de Moraes escolheu
estudar na Bolívia principalmente
por causa do baixo custo, segundo
seu pai. A mensalidade na Universidade Católica é US$ 900 por semestre. Os gastos mensais com comida, aluguel, água e roupa lavada
não passam de US$ 200 mensais.
Segundo o Itamaraty, o incidente envolvendo o estudante brasileiror foi um fato isolado.
A assessoria de imprensa do ministério informou que não há necessidade de uma manifestação
oficial do órgão, pois o caso "não
deverá abalar os laços de amizade
entre os dois países".
O cônsul-geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, Sérgio Cavalcanti, já está em contato com o advogado do estudante e à disposição para qualquer necessidade do
brasileiro, segundo o Itamaraty.
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