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TRÁFICO
Descoberta de que ele estava com celular na cela levou polícia a fazer gravações
PF grampeia celular de Beira-Mar
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A Polícia Federal optou por
grampear -em vez de simplesmente apreender- o telefone celular do traficante Luiz Fernando
da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, porque os interrogatórios e
o depoimento dele à CPI do Narcotráfico foram "improdutivos",
segundo o diretor-geral da PF,
Agílio Monteiro Filho.
Anteontem, o "Jornal Nacional", da Rede Globo, reproduziu
diálogos do traficante, por celular,
com integrantes de sua quadrilha,
detidos na sede da Divisão Anti-Sequestro da Polícia do Rio.
O diretor-geral da PF, que ontem participou do ato de incineração de cerca de 140 toneladas de
droga em Cubatão (SP), não quis
revelar quando se iniciou a escuta
telefônica, mas ressalvou que foi
efetuada de maneira legal.
Segundo ele, o plano foi montado a partir do momento em que
se tomou conhecimento da existência de um celular na cela de
Beira-Mar. Monteiro Filho disse
que a PF obteve autorização judicial para realizar o grampo.
Relatórios
O diretor afirmou que relatórios
do monitoramento das conversas
eram encaminhados periodicamente à Justiça. O Ministério Público também foi informado. "A
Polícia Federal agiu profissionalmente e dentro da lei. Não foi um
trabalho clandestino", declarou.
O diretor-geral da PF lamentou
que a investigação tenha sido revelada, o que inviabilizou a continuidade do emprego do método.
Segundo ele, o celular de Beira-Mar já foi apreendido.
"Infelizmente [a informação sobre o grampo" vazou e não terá
mais a eficácia que esperávamos",
disse. Mesmo assim, de acordo
com Monteiro Filho, "avançou-se
muito nas investigações".
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