ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

O centro histórico da cidade de Goiás pode receber hoje o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. O comitê internacional da Unesco, reunido em Paris, na França, está avaliando a candidatura de 47 cidades. A oficialização acontece em dezembro, em Helsinque, na Finlândia.
O título será uma conquista para a cidade, única representante sul-americana neste ano.
Sede da primeira capital goiana, a antiga Vila Boa de Goiás precisou de uma série de adequações para pleitear o reconhecimento da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).
O processo teve início em 1998, com a criação do Movimento Pró-cidade de Goiás. Presidida pela professora Brasilete Ramos Caiado, a entidade conseguiu sensibilizar os governos estadual e municipal para aplicar cerca de R$ 10 milhões na recuperação do centro histórico.
"Não tínhamos esgoto sanitário, uma das exigências da Unesco, precisávamos resolver o destino do lixo, as fiações tiveram que ser colocadas no subterrâneo e prédios tiveram que ser recuperados", disse Brasilete.
A primeira vitória veio com a aprovação unânime do Icomos (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios), em 29 de março. O parecer serve como base para o comitê formado por 12 especialistas. "Dificilmente a Unesco volta atrás de uma determinação do Icomos, que faz a avaliação", disse a representante do conselho no Brasil, Suzana Sampaio.
Um dos argumentos para o título é a influência dos bandeirantes paulistas. "Goiás foi o primeiro centro a ultrapassar o meridiano de Tordesilhas, marco de terras a serem exploradas por Portugal e Espanha", disse Suzana.
A aprovação da candidatura pode representar um incremento considerável na economia local, especialmente para o turismo.
O título garante a preservação do centro histórico. "A infra-estrutura se desenvolverá às margens, sem provocar riscos", afirmou a superintendente regional do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Salma Saddi.
Um dos principais eventos da cidade, a terceira edição do Fica (Festival Internacional de Cinema Ambiental) reuniu cerca de 30 mil pessoas durante os dias 13 e 17 de junho, quase 10 mil pessoas a mais que a edição anterior.
Pelo menos 40 mil pessoas são esperadas para o próximo dia 25 de julho, quando serão comemorados os 250 anos da cidade.
Um dos vila-boenses mais ilustres é a poetisa Cora Coralina, que nasceu na cidade em 1889.



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