São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2001

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IDENTIDADE DOS BICHOS

Cães e gatos vão usar placas em SP

Medida de identificação tenta prevenir raiva e leishmaniose em Olímpia

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Com medo da raiva e da leishmaniose, doenças que podem levar à morte, o município de Olímpia, no interior de São Paulo, decidiu que cães e gatos só podem andar nas ruas com placas semelhantes às de veículos.
A medida, adotada pela Secretaria da Saúde, passou a ser obrigatória para os cerca de 8.000 cães e estimados mil gatos de Olímpia (434 km de SP).
Os animais encontrados na rua sem a identificação serão sacrificados ou doados para pesquisas universitárias, segundo o secretário municipal da Saúde, Giovanni Batista Júlio, 40.
O emplacamento dos bichos começou anteontem, com a campanha de vacinação contra a raiva. Clínicas e casas de produtos veterinários também distribuem as placas gratuitamente. Segundo a diretora da Vigilância Sanitária, Sueli Ruiz, não houve resistência de moradores.
Cada animal recebe, em um cordão dependurado no pescoço, uma placa de 2 cm por 5 cm, com uma letra e oito números que permitem sua identificação e a do dono, a partir de um banco de dados. O cadastro traz o número de registro do animal, cor do pêlo, sexo, idade, informações sobre vacinas, o nome do dono, endereço e telefone.
A medida faz parte de um programa do Instituto Pasteur, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, para controle da raiva.
Segundo a diretora-geral do órgão estadual, Neide Takaoka, desde 1997 foram distribuídas mais de 1 milhão de placas a municípios de São Paulo. Poucos adotaram a medida.
O último caso de raiva humana no Estado foi registrado em 97 em Avanhandava -região de Araçatuba (530 km de SP).
A incidência da doença tem diminuído também em animais, segundo estatísticas do Pasteur. Foram 11 casos em 1997, sete em 1998, cinco em 1999 e quatro em 2000. Este ano foi identificado um foco de raiva animal, com sete casos, em Espírito Santo do Pinhal.
O secretário de Olímpia considera que, além da raiva, o município pode se prevenir de eventual contágio de leishmaniose, doença que já matou seis pessoas desde 1999, de uma relação de 45 contaminados na região de Araçatuba. As duas cidade ficam distantes menos de 200 quilômetros. O controle, pelas placas, facilita também a adoção de política de controle de natalidade animal.


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