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MÚSICA DA DISCÓRDIA
Fiscais constataram que som continua acima do permitido; para visitantes, medida "não tem cabimento"
Psiu faz nova blitz em fonte do Ibirapuera
DA REPORTAGEM LOCAL
Fiscais do Psiu (Programa de
Silêncio Urbano) e da Secretaria
do Verde e do Meio Ambiente da
Prefeitura de São Paulo voltaram
a medir os ruídos provocados pela fonte multimídia instalada no
lago do parque Ibirapuera e confirmaram mais uma vez o excesso
no volume do som no local.
A primeira fiscalização foi feita
no dia 29 de maio, depois de constantes reclamações de moradores
das proximidades.
Ontem, a primeira medição foi
feita às 20h30 embaixo das caixas
de som instaladas na fonte e
apontou ruídos de 90 decibéis. No
dia 29 de maio foram registrados
83 decibéis.
Na rua Conselheiro Zacharias, a
cerca de 400 metros do local, os
fiscais registraram ontem 63,2 decibéis, enquanto o permitido pelo
zoneamento -que é estritamente residencial- é de 45 decibéis
depois das 19h.
Os fiscais destacaram, no entanto, que a rua vistoriada fica ao lado de um corredor de ônibus instalado na avenida Brigadeiro Luís
Antônio. O movimento dos carros também interfere na medição.
Uma nova medição foi feita na
fonte às 21h, após os técnicos da
cabine de som desligarem o amplificador do som. Nesse caso, os
ruídos ficaram em 75 decibéis. A
cabine de som é operada por uma
ONG contratada pelo Pão de Açúcar, que doou a fonte.
"O som continua alto. Por isso,
a Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente vai notificar a empresa
responsável pela administração
do som da fonte. Além disso, continuaremos monitorando os ruídos todos os finais de semana",
informou Cláudia Tonelli, diretora da fiscalização ambiental.
A apresentação na fonte do Ibirapuera ocorre todos os finais de
semana das 20h30 às 21h30. A coreografia realizada pelos jatos de
água é acompanhada por um repertório musical que inclui músicas erudita, clássica e popular.
A secretária Lúcia Maria de Brito, 28, que mora em Osasco e levou a prima Tereza Alves, 66, que
mora em Belo Horizonte, para visitar a fonte não concorda com a
proposta de diminuir o som.
"Não tem cabimento. O espetáculo é lindo e demora apenas uma
hora", diz Lúcia. Sua prima concorda. "A apresentação é uma opção de lazer para os moradores e
visitantes. Tem de continuar assim", diz Tereza.
A advogada Patrizia Tommasini Coelho, 37, moradora da rua
Conselheiro Zacharias e autora
das reclamações sobre o volume
do som da fonte multimídia, diz
que não é contra as apresentações
musicais. "O equipamento é válido sim, mas não podemos esquecer os limites estabelecidos pela
legislação. Estamos em uma zona
residencial e o som muitas vezes é
insuportável", afirma.
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