São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2005

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MÚSICA DA DISCÓRDIA

Fiscais constataram que som continua acima do permitido; para visitantes, medida "não tem cabimento"

Psiu faz nova blitz em fonte do Ibirapuera

DA REPORTAGEM LOCAL

Fiscais do Psiu (Programa de Silêncio Urbano) e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo voltaram a medir os ruídos provocados pela fonte multimídia instalada no lago do parque Ibirapuera e confirmaram mais uma vez o excesso no volume do som no local.
A primeira fiscalização foi feita no dia 29 de maio, depois de constantes reclamações de moradores das proximidades.
Ontem, a primeira medição foi feita às 20h30 embaixo das caixas de som instaladas na fonte e apontou ruídos de 90 decibéis. No dia 29 de maio foram registrados 83 decibéis.
Na rua Conselheiro Zacharias, a cerca de 400 metros do local, os fiscais registraram ontem 63,2 decibéis, enquanto o permitido pelo zoneamento -que é estritamente residencial- é de 45 decibéis depois das 19h.
Os fiscais destacaram, no entanto, que a rua vistoriada fica ao lado de um corredor de ônibus instalado na avenida Brigadeiro Luís Antônio. O movimento dos carros também interfere na medição.
Uma nova medição foi feita na fonte às 21h, após os técnicos da cabine de som desligarem o amplificador do som. Nesse caso, os ruídos ficaram em 75 decibéis. A cabine de som é operada por uma ONG contratada pelo Pão de Açúcar, que doou a fonte.
"O som continua alto. Por isso, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente vai notificar a empresa responsável pela administração do som da fonte. Além disso, continuaremos monitorando os ruídos todos os finais de semana", informou Cláudia Tonelli, diretora da fiscalização ambiental.
A apresentação na fonte do Ibirapuera ocorre todos os finais de semana das 20h30 às 21h30. A coreografia realizada pelos jatos de água é acompanhada por um repertório musical que inclui músicas erudita, clássica e popular.
A secretária Lúcia Maria de Brito, 28, que mora em Osasco e levou a prima Tereza Alves, 66, que mora em Belo Horizonte, para visitar a fonte não concorda com a proposta de diminuir o som. "Não tem cabimento. O espetáculo é lindo e demora apenas uma hora", diz Lúcia. Sua prima concorda. "A apresentação é uma opção de lazer para os moradores e visitantes. Tem de continuar assim", diz Tereza.
A advogada Patrizia Tommasini Coelho, 37, moradora da rua Conselheiro Zacharias e autora das reclamações sobre o volume do som da fonte multimídia, diz que não é contra as apresentações musicais. "O equipamento é válido sim, mas não podemos esquecer os limites estabelecidos pela legislação. Estamos em uma zona residencial e o som muitas vezes é insuportável", afirma.

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