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Com medo, agentes já ameaçam parar serviço
Alvos do PCC, funcionários podem neglicenciar atendimento feito aos presos
Medidas em represália à facção incluem deixar de separar brigas nos pátios, de isolar presos rivais e de entregar medicamentos
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato dos agentes penitenciários de São Paulo afirmou ontem que negligenciará o
atendimento aos detentos nas
unidades prisionais caso a categoria continue ameaçada pelo
PCC (Primeiro Comando da
Capital). "O nosso pessoal não
está a fim de brigar com o crime
organizado. A briga deles [criminosos] é contra o Estado,
não contra nós", disse o secretário-geral do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionário do Sistema Prisional do Estado de São
Paulo), Antônio Ferreira.
A "represália" contra os detentos inclui deixar de separar
brigas nos pátios, de isolar presos rivais e de entregar medicamentos. "Eles [detentos] vão
experimentar o mesmo veneno. Hoje a gente colabora com
eles nas unidades. Isso vai acabar. A gente está sempre cumprindo o nosso dever. A partir
do momento em que começam
a matar [agentes], para que vão
trabalhar? Vão entrar [nas unidades] para morrer?"
Ontem, cerca de 15 agentes
do CDP (Centro de Detenção
Provisória) de Parelheiros (zona sul) protestaram antes de
entrar na unidade. O grupo pediu mais segurança. Na ação em
que supostamente evitou o ataque a agentes ontem no CDP de
São Bernardo, a polícia atuou
"bem", diz o sindicato.
Armados
Diante do risco de ataques, a
entidade passou a recomendar
cuidado aos agentes. "Somos a
bola da vez", afirmou Danilo
Bomfim, assessor do sindicato.
Medida semelhante ocorreu na
ocasião dos atentados do PCC
às forças de segurança no Estado, em maio, e voltou a ser aplicada agora, especialmente depois que a categoria soube ser o
novo foco dos criminosos.
Ferreira diz que, embora não
tenham porte de arma, os agentes passaram a andar armados
como forma de precaução.
Quatro agentes foram presos
pela polícia na última semana
por esse motivo. O porte de arma para os agentes está em discussão na Secretaria da Administração Penitenciária.
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