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Oceano mais quente influenciou clima
Temperatura do Atlântico até 1,5ºC acima da média provocou ventos que empurraram nuvens para o continente
Segundo laboratório,
as chuvas foram excepcionais em PE porque se concentraram em apenas cinco dias
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
Mais do que números de
quanto choveu este mês no
litoral e na Zona da Mata de
Alagoas e Pernambuco, o desespero em Palmares (PE) dá
o tom da situação.
Como mostrou a Folha anteontem, moradores brigavam por pacotes de biscoitos.
A região, nesta semana, deveria ter festejado o São João.
Os meteorologistas e a
ciência conseguem explicar
porque choveu tanto naquela região desde 15 de junho.
Mas a dimensão da tragédia é mais de ordem humana.
Os sistemas de defesa e alerta
da região são falhos. A ocupação da margem dos rios
também é indiscriminada.
Segundo o Lamepe, o Laboratório de Meteorologia de
Pernambuco, as chuvas foram excepcionais porque se
concentraram em cinco dias.
Evento semelhante, mas
um pouco menos intenso,
ocorreu em 2000, quando 55
pessoas morreram. O número em 2010 está próximo.
Há um consenso entre grupos de análise do tempo de
que dois fatores principais
ajudaram. Antes de mais nada, é sabido que o inverno no
Nordeste é chuvoso.
Este ano, ele está sendo
ainda mais, explica Francis
Lacerda, porque o oceano
Atlântico, naquela altura, está até 1,5C mais quente.
A água evapora. Os ventos
fortes que sopram da direção
do alto mar empurram as nuvens para o continente. São
as chamadas ondas de leste.
Na semana retrasada, havia ainda uma forte frente
fria que subia para o norte,
trazendo mais umidade.
A previsão do Lamepe para os meses de julho, agosto e
setembro é que a chuva fique
na média dos anos anteriores
para o período. Não estão
descartados, porém, períodos de tempestade.
DANUZA LEÃO
A colunista está em férias.
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