São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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TRÂNSITO

Caminhão provoca dano na Eusébio Matoso, que custará mais de R$ 2,5 milhões à prefeitura; multa a motorista foi de R$ 127

Ponte ficará em reforma por até 180 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

O conserto do dano causado por um caminhão irregular na ponte Eusébio Matoso (marginal Pinheiros, na zona oeste de SP) deve demorar até seis meses para ser concluído e custará aos cofres públicos mais de R$ 2,5 milhões.
Enquanto durar a reforma, os motoristas que trafegam pela via, no sentido bairro-centro, terão apenas uma das três faixas para circular -exceto pela manhã, quando haverá uma faixa reversível do outro lado da pista, ficando duas faixas em cada sentido.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), passam nos dois sentidos da ponte, nos períodos de pico, em torno de 7.000 veículos por hora.
Na tarde de anteontem, uma carreta de cerca de 4,7 m de altura, que transportava uma retroescavadeira da empresa Talude Comercial e Construtora, no sentido Interlagos-Castelo Branco, bateu na ponte, arrastando cinco das 17 vigas que sustentam o seu piso.
Segundo Roberto Tatsuo Kyono, responsável pela Gerência de Engenharia de Tráfego da CET que atende as marginais, um detector de altura localizado um quilômetro antes da ponte foi acionado, ligando as luzes amarelas de emergência, que foram desrespeitadas pelo motorista.
A lei prevê um limite de altura de 4,4 m para a circulação nas vias urbanas. Os veículos mais altos precisam de uma autorização especial do órgão de trânsito para circular. A ponte comportava um caminhão de até 4,5 m.
A partir das 17h de hoje as vigas danificadas serão implodidas, para serem posteriormente substituídas. Os custos da operação deverão ser cobrados judicialmente da Talude, que não atendeu a Folha ontem. O único punido até agora foi o motorista da carreta, que recebeu cinco pontos na carteira e uma multa de R$ 127.
Durante a destruição das vigas, que deverá demorar por volta de uma hora, o trânsito será totalmente interrompido na ponte Eusébio Matoso e no trecho da marginal Pinheiros próximo a ela, no sentido Castelo Branco. Os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também deixarão de circular.
A expectativa da Secretaria de Infra-Estrutura Urbana é reabrir a marginal até segunda de manhã e manter interditado apenas o trecho afetado da ponte. O secretário Roberto Luiz Bortolotto diz esperar que a obra seja feita o mais rapidamente possível por causa das consequências para o trânsito.
Ontem o pico de lentidão foi de 131 km, às 19h30. O recorde deste mês de férias foi de 143 km, dia 5. O do ano é 192 km, no dia 10 de maio, por blitze policiais.
Enquanto a ponte estiver em obras, a CET indica caminhos alternativos e pede que sejam evitadas vias como a avenida Rebouças (veja quadro na pág. 3).
A CET registra em média 50 casos por mês de caminhões que entalam nas marginais devido ao excesso de altura. Na maioria dos casos, porém, os veículos não chegam a encostar nas pontes, e a companhia é chamada para fazer uma operação e retirá-los da via.
A capital paulista tem apenas nove detectores de altura para veículos de carga, seis deles nas marginais. Desde maio, a ponte Atílio Fontana também está em obras, sofrendo interrupção, por ter sido atingida por um caminhão.



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