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TRÂNSITO
Legislação prevê alturas distintas para pontes de vias urbanas e de rodovias; prefeitura não tem verba para fazer alterações
Marginais são "arapuca" para caminhões
DA REPORTAGEM LOCAL
As pontes das marginais de São
Paulo são uma "arapuca" para caminhões que chegam das estradas, porque a legislação estabelece
parâmetros diferentes de altura
entre vias urbanas e rodoviárias.
A lei de trânsito estabelece uma
altura mínima de 4,4 m para as
pontes e viadutos em trechos urbanos e de 5,5 m nas rodovias. "O
problema é que as marginais acabam tendo uma função de ligar
estradas. Muita gente passa sem
querer entrar em trecho urbano.
O padrão dessas pontes deveria
ser rodoviário", diz Roberto Scaringella, fundador da CET.
A dificuldade se agrava porque
a maioria das construções nas
marginais foi feita há mais de 30
anos, quando não havia a limitação atual. Segundo o secretário
Roberto Luiz Bortolotto (Infra-Estrutura), as pontes estão tendo
sua altura elevada conforme surge
a necessidade de realizar obras
nelas -na Atílio Fontana, a altura passará de 4,6 m para 5,2 m. A
ponte Eusébio Matoso também
será elevada. "Gostaria de ter verba para todas, mas não tenho."
O presidente da Comissão de
Abastecimento e Distribuição do
Setcesp (Sindicato das Empresas
de Transportes de Carga de São
Paulo e Região), Adalberto Panzan Júnior, reconhece a responsabilidade da transportadora e do
motorista que desobedeceu a lei,
mas avalia que os alertas deveriam ser mais ostensivos para
quem passa do limite de altura.
Ele defende uma revisão da medição das pontes. Cada vez que as
pistas passam por recapeamento,
a distância do asfalto até a ponte é
reduzida. A CET diz fazer verificação nos detectores a cada 15 dias.
Além da elevação da altura de
pontes e viadutos, especialistas
indicam mais medidas para minimizar os riscos de acidentes. Uma
é a realização de campanhas educativas com os funcionários de
transportadoras. Outra é a mobilização para mudar a lei e imputar
uma penalidade mais dura.
"As multas são baixas para os
danos que causam", diz Gilberto
Lehfeld, ex-presidente da CET.
Panzan Júnior avalia que funcionários da CET que ficam em
cabines poderiam ser acionados
quando os detectores registram
um excesso de altura. Um dos
postos fica perto da ponte Eusébio Matoso. Lehfeld, porém, avalia que essa medida traz riscos.
"Parar um veículo na marginal é
uma atividade muito perigosa para a segurança de trânsito."
A CET tem a intenção de ampliar a restrição aos caminhões no
perímetro urbano. Ela prometeu
projetos para 2001, que não saíram do papel. A idéia inicial era
mudar as regras de abastecimento, sem focar a limitação da altura
dos veículos nas marginais.
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