São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2004

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SAÚDE

No Hospital São Paulo, ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), auxiliares fizeram triagem de pacientes

Grevista barra doente em hospital federal

CLAUDIA JORDÃO
DO "AGORA"

Em greve há uma semana, auxiliares de enfermagem do pronto-socorro do Hospital São Paulo fecharam as portas da unidade ontem durante todo o dia e só deixaram entrar os pacientes que eles avaliavam como sendo casos de emergência.
Outros pacientes, incluindo crianças e idosos, foram aconselhados a procurar outros hospitais na região. No pronto-socorro, os médicos trabalhavam normalmente. O hospital é ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em São Paulo.
No período da manhã, Claudio Ribeiro, auxiliar de enfermagem e um dos coordenadores do sindicato, dizia que só entrariam pacientes sob "risco de morte iminente". "Só se estiver baleado ou esfaqueado", dizia aos pacientes.
Os auxiliares de enfermagem do pronto-socorro do hospital resolveram aderir, no último dia 19, à greve dos funcionários das universidades federais, que já acontece desde o dia 26 de julho.
A categoria reivindica o envio ao Congresso de um projeto de lei sobre um plano de carreira. Segundo o Sintunifesp (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de São Paulo), que representa cerca de 3.500 funcionários do Hospital São Paulo e da Unifesp, a greve já atinge 90% dos auxiliares de enfermagem do pronto-socorro.
A direção do hospital acredita que a adesão esteja em 50%. Por dia, passam pelo pronto-socorro cerca de mil pessoas.
Além dos auxiliares de enfermagem, fazem parte do sindicato e estão em greve nutricionistas e funcionários de apoio, como os responsáveis pela limpeza e manutenção do hospital.
O ambulatório está funcionando normalmente -todas as consultas estão sendo realizadas. Mas não é possível realizar novos agendamentos. "Vamos prejudicar o atendimento apenas no pronto-socorro porque é atingindo a população que conseguimos visibilidade", disse Ribeiro.

Direção do hospital
Por meio de sua assessoria, a direção do hospital disse que os auxiliares de enfermagem não têm o conhecimento necessário para avaliar com segurança a urgência nos casos dos pacientes.
Afirmou também que a triagem dos pacientes deve ser realizada por médicos dentro do hospital e que a dispensa só pode ocorrer após esse exame.
"Ficou acordado que idosos, crianças e pacientes em emergência seriam atendidos", disse José Roberto Ferraro, diretor da superintendência do hospital.


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