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SEGURANÇA
Secretário do Rio afirmou que vai decidir se mantém ou afasta comandante-geral da PM e chefe da Polícia Civil
Garotinho admite mudar cúpula das polícias
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Anthony
Garotinho, admitiu ontem a possibilidade de exonerar o comandante-geral da PM (Polícia Militar), coronel Renato Hottz, e o
chefe da Polícia Civil, delegado
Álvaro Lins. Garotinho disse ter
motivos para afastá-los ou mantê-los em seus cargos.
"No mundo, tudo pode acontecer, o coronel Hottz pode sair ou
pode ficar. E o Álvaro Lins pode
sair ou pode ficar. Todos os dois
têm motivos para ficar ou sair. Eu
vou decidir isso", disse na inauguração de uma delegacia em Pedra
de Guaratiba ( zona oeste).
Hottz e Lins não quiseram comentar o possível afastamento.
A situação do comandante da
PM ficou pior após sucessivas
descobertas de envolvimento de
policiais militares em crimes.
Ontem, por exemplo, após denúncias feitas pelo programa
"Fantástico", da TV Globo, Garotinho determinou o afastamento
do comandante do 15º BPM (Duque de Caxias, Baixada Fluminense), tenente-coronel Hiran de
Carvalho, e do subcomandante da
unidade, tenente-coronel Jaime
Teodoro dos Santos.
Os dois estão sendo acusados de
comandar um esquema de corrupção no qual receberiam propinas de motoristas de vans. Em
troca, dariam anistia de multas
para aqueles que trafegassem irregularmente. Carvalho e Santos
não se pronunciaram a respeito.
O assassinato do comerciante
Mário Jorge Ferreira, 29, em junho, também deixou Hottz enfraquecido. Cinco PMs do 22º Batalhão (complexo da Maré, zona
norte) tiveram a prisão preventiva
pedida à Justiça por suspeita de
participação no crime.
Segundo o subsecretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba,
o comandante da unidade também poderá ser destituído do cargo: "Todo oficial que não fiscaliza
a sua tropa não está apto a comandar e será retirado do cargo".
O assassinato começou a ser investigado pela polícia depois que
uma câmera do circuito interno
de TV de um shopping filmou, no
dia 3 de junho, o comerciante sendo seqüestrado por dois PMs à
paisana. O corpo de Ferreira foi
achado dois dias depois.
Segundo investigações da Inspetoria Geral de Polícia, o motivo
do seqüestro foram R$ 45 mil que
Ferreira recebeu de seguro pela
perda total de uma moto em um
acidente. Na semana passada,
dois PMs foram presos acusados
de praticar assaltos. Outros quatro policiais foram expulsos por
envolvimento em crimes.
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