São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2004

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SEGURANÇA

Secretário do Rio afirmou que vai decidir se mantém ou afasta comandante-geral da PM e chefe da Polícia Civil

Garotinho admite mudar cúpula das polícias

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, admitiu ontem a possibilidade de exonerar o comandante-geral da PM (Polícia Militar), coronel Renato Hottz, e o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins. Garotinho disse ter motivos para afastá-los ou mantê-los em seus cargos.
"No mundo, tudo pode acontecer, o coronel Hottz pode sair ou pode ficar. E o Álvaro Lins pode sair ou pode ficar. Todos os dois têm motivos para ficar ou sair. Eu vou decidir isso", disse na inauguração de uma delegacia em Pedra de Guaratiba ( zona oeste).
Hottz e Lins não quiseram comentar o possível afastamento.
A situação do comandante da PM ficou pior após sucessivas descobertas de envolvimento de policiais militares em crimes.
Ontem, por exemplo, após denúncias feitas pelo programa "Fantástico", da TV Globo, Garotinho determinou o afastamento do comandante do 15º BPM (Duque de Caxias, Baixada Fluminense), tenente-coronel Hiran de Carvalho, e do subcomandante da unidade, tenente-coronel Jaime Teodoro dos Santos.
Os dois estão sendo acusados de comandar um esquema de corrupção no qual receberiam propinas de motoristas de vans. Em troca, dariam anistia de multas para aqueles que trafegassem irregularmente. Carvalho e Santos não se pronunciaram a respeito.
O assassinato do comerciante Mário Jorge Ferreira, 29, em junho, também deixou Hottz enfraquecido. Cinco PMs do 22º Batalhão (complexo da Maré, zona norte) tiveram a prisão preventiva pedida à Justiça por suspeita de participação no crime.
Segundo o subsecretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, o comandante da unidade também poderá ser destituído do cargo: "Todo oficial que não fiscaliza a sua tropa não está apto a comandar e será retirado do cargo".
O assassinato começou a ser investigado pela polícia depois que uma câmera do circuito interno de TV de um shopping filmou, no dia 3 de junho, o comerciante sendo seqüestrado por dois PMs à paisana. O corpo de Ferreira foi achado dois dias depois.
Segundo investigações da Inspetoria Geral de Polícia, o motivo do seqüestro foram R$ 45 mil que Ferreira recebeu de seguro pela perda total de uma moto em um acidente. Na semana passada, dois PMs foram presos acusados de praticar assaltos. Outros quatro policiais foram expulsos por envolvimento em crimes.


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