São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/REFORMAS

Prefeitura lacra prédio perto de Congonhas

Prefeito de São Paulo afirmou que edifício não está regularizado e que pode oferecer risco a pousos de aeronaves no aeroporto

Oscar Maroni Filho, dono do empreendimento, disse que documentação é legal e que vai tentar reverter a interdição com advogados

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo lacrou ontem um hotel de 11 andares próximo à cabeceira da pista do aeroporto de Congonhas. Segundo o prefeito Gilberto Kassab (DEM), o edifício não está regularizado e, além disso, pode oferecer risco ao pouso de aeronaves.
O prédio pertence a Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas, localizada ao lado do hotel. Durante a interdição, Maroni utilizou um microfone para criticar o prefeito, que acompanhou a colocação de blocos e tapumes ao redor do edifício. Houve até empurra-empurra entre o empresário e a Guarda Civil Metropolitana.
A obra, iniciada há cerca de cinco anos, está em fase de acabamento interno.
A prefeitura afirma que o prédio é irregular porque Maroni alterou a finalidade do empreendimento, que havia sido previamente autorizado pela Aeronáutica (para a construção no entorno de aeroportos, é preciso autorização da Força Aérea Brasileira). À Aeronáutica Maroni informou que funcionariam escritórios no local, atividade permitida na região. O pedido foi atendido e, com o documento, Maroni conseguiu o alvará de construção na prefeitura, porém, com um pedido para edificar um hotel, atividade proibida pela Aeronáutica no entorno de aeroportos.
Além da mudança de finalidade, a prefeitura diz ainda que o prédio tem 4 mil m2 de área construída a mais que o permitido no alvará, de 6 mil m2.
"[O hotel] está sendo lacrado principalmente pela fraude na documentação", disse Kassab, que afirmou também que pedirá à Justiça autorização para demolir o edifício. O Ministério Público Estadual de SP investiga se houve irregularidades na obra e na sua fiscalização, feita pela prefeitura.
O prédio, de 47,5 m de altura, custou cerca de R$ 50 milhões, segundo Maroni, que disse que a documentação é legal e que conversaria com advogados para reverter a interdição.
A situação do prédio ganhou destaque após o acidente com o Airbus da TAM. No domingo, o "Fantástico" (Globo), afirmou que a construção do prédio fez com que a "área útil" da pista de Congonhas perdesse 130 dos seus 1.940 m de extensão.
(FÁBIO TAKAHASHI)


Colaborou o "Agora"


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