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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/REFORMAS
Prefeitura lacra prédio perto de Congonhas
Prefeito de São Paulo afirmou que edifício não está regularizado e que pode oferecer risco a pousos de aeronaves no aeroporto
Oscar Maroni Filho, dono do empreendimento, disse que documentação é legal
e que vai tentar reverter a interdição com advogados
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo lacrou ontem um hotel de 11 andares próximo à cabeceira da
pista do aeroporto de Congonhas. Segundo o prefeito Gilberto Kassab (DEM), o edifício
não está regularizado e, além
disso, pode oferecer risco ao
pouso de aeronaves.
O prédio pertence a Oscar
Maroni Filho, dono da boate
Bahamas, localizada ao lado do
hotel. Durante a interdição,
Maroni utilizou um microfone
para criticar o prefeito, que
acompanhou a colocação de
blocos e tapumes ao redor do
edifício. Houve até empurra-empurra entre o empresário e a
Guarda Civil Metropolitana.
A obra, iniciada há cerca de
cinco anos, está em fase de acabamento interno.
A prefeitura afirma que o
prédio é irregular porque Maroni alterou a finalidade do empreendimento, que havia sido
previamente autorizado pela
Aeronáutica (para a construção
no entorno de aeroportos, é
preciso autorização da Força
Aérea Brasileira). À Aeronáutica Maroni informou que funcionariam escritórios no local,
atividade permitida na região.
O pedido foi atendido e, com o
documento, Maroni conseguiu
o alvará de construção na prefeitura, porém, com um pedido
para edificar um hotel, atividade proibida pela Aeronáutica
no entorno de aeroportos.
Além da mudança de finalidade, a prefeitura diz ainda que
o prédio tem 4 mil m2 de área
construída a mais que o permitido no alvará, de 6 mil m2.
"[O hotel] está sendo lacrado
principalmente pela fraude na
documentação", disse Kassab,
que afirmou também que pedirá à Justiça autorização para
demolir o edifício. O Ministério Público Estadual de SP investiga se houve irregularidades na obra e na sua fiscalização, feita pela prefeitura.
O prédio, de 47,5 m de altura,
custou cerca de R$ 50 milhões,
segundo Maroni, que disse que
a documentação é legal e que
conversaria com advogados para reverter a interdição.
A situação do prédio ganhou
destaque após o acidente com o
Airbus da TAM. No domingo, o
"Fantástico" (Globo), afirmou
que a construção do prédio fez
com que a "área útil" da pista
de Congonhas perdesse 130
dos seus 1.940 m de extensão.
(FÁBIO TAKAHASHI)
Colaborou o "Agora"
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