São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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Grafiteiros criticam obra por encomenda

DA REVISTA DA FOLHA

A parceria entre o poder público e os artistas que pintam painéis nas ruas gera divisões em um movimento que ainda vê na ilegalidade sua força motriz. O pichador Não, que pichou três obras da Bienal Internacional de São Paulo em 2004, é um dos mais críticos do grafite "legal". Para ele, grafitar requer agilidade para não ser pego. "A pintura consentida de parede não é grafite, é outra coisa, é painel, mural, sei lá..."
A dupla osgemeos admite alguma perda de vínculo com o movimento de raiz. "A partir do momento em que o grafite sai da rua e entra em uma galeria, ele deixa de ser grafite. Na rua, cada um atua como quiser, dentro de uma galeria, não", explica Gustavo Pandolfo.
O grafiteiro Ise, um dos poucos a permanecer nas ruas desde os anos 90, diz que o grafite perdeu muito de sua ideologia: "São poucos os que pintam por puro prazer e continuam nos muros."
Quando a técnica deixa de ser marginal, pichadores tradicionais procuram formas mais agressivas de perpetuar a atividade. Querem adrenalina. Foi o que não faltou na invasão ao Centro Universitário Belas Artes por um grupo de pichadores liderados por Raphael Augustaitiz, aluno da instituição.
Raphael, pichador "das antigas", insiste em associar o que seria seu trabalho de conclusão de curso a arte. Não seria pichação pura. "É conceitual. Pode-se extrair um monte de leituras do que eu fiz", diz.


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