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Táxi vira alternativa para quem rejeita ônibus, trem ou metrô
ADRIANA FERRAZ
DO "AGORA"
Parte dos clientes de ônibus
fretados, que a prefeitura disse
acreditar que vão aderir ao
transporte coletivo municipal,
já começa a migrar para outro
tipo de transporte: os táxis.
Desde o anúncio das restrições, parte dos passageiros procurou motoristas para propor
pacotes de serviços mensais,
por um preço fixo.
A prefeitura diz esperar que o
fim dos fretados na região central reduza em 11% a lentidão
média. Para isso, os passageiros
teriam de aderir aos ônibus,
trens ou metrô. Mas boa parte
já decidiu mesmo migrar para o
transporte individual, como
carros particulares ou o táxi.
"Tenho uma proposta para
transportar quatro pessoas de
casa para o trabalho, de manhã,
e do trabalho para casa, à noite,
nos mesmos horários, todos os
dias. O valor oferecido é bom:
R$ 1.800 por mês", diz o taxista
José Fagundes Filho, 63.
O percurso negociado tem
16,6 km -entre a avenida Nossa Senhora do Sabará, na zona
sul, e o largo São Francisco, no
centro- e é feito em, pelo menos, uma hora. "Isso com trânsito bom, saindo às 6h. A volta,
acredito que demore mais. A
vantagem é que as pessoas [são
quatro interessadas] moram
perto", disse o taxista, que ainda não resolveu se aceita ou não
o "fretamento alternativo".
Entre as desvantagens do sistema está o compromisso de
estar em um determinado ponto da cidade todos os dias, no
mesmo horário, com o trânsito
pesado. O negócio é interessante para quem trabalha em pontos de movimento fraco, na opinião do taxista Valdo Barbosa
de Souza, 37. "Se o táxi fica parado no ponto por muito tempo, vale a pena fazer um pacote.
Se a área é movimentada, não."
Para o presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo), Natalício Silva, a restrição de fretados
pode abrir um novo mercado
para os profissionais do setor.
"Os carros já fazem esse
transporte, mas em situações
pontuais como uma festa, por
exemplo", afirmou o sindicalista. Para ser uma atividade legal,
porém, o taxímetro não pode
ser desligado, diz Silva. "O taxímetro roda normalmente, mas
o preço é negociado."
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