São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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Táxi vira alternativa para quem rejeita ônibus, trem ou metrô

ADRIANA FERRAZ
DO "AGORA"

Parte dos clientes de ônibus fretados, que a prefeitura disse acreditar que vão aderir ao transporte coletivo municipal, já começa a migrar para outro tipo de transporte: os táxis.
Desde o anúncio das restrições, parte dos passageiros procurou motoristas para propor pacotes de serviços mensais, por um preço fixo.
A prefeitura diz esperar que o fim dos fretados na região central reduza em 11% a lentidão média. Para isso, os passageiros teriam de aderir aos ônibus, trens ou metrô. Mas boa parte já decidiu mesmo migrar para o transporte individual, como carros particulares ou o táxi.
"Tenho uma proposta para transportar quatro pessoas de casa para o trabalho, de manhã, e do trabalho para casa, à noite, nos mesmos horários, todos os dias. O valor oferecido é bom: R$ 1.800 por mês", diz o taxista José Fagundes Filho, 63.
O percurso negociado tem 16,6 km -entre a avenida Nossa Senhora do Sabará, na zona sul, e o largo São Francisco, no centro- e é feito em, pelo menos, uma hora. "Isso com trânsito bom, saindo às 6h. A volta, acredito que demore mais. A vantagem é que as pessoas [são quatro interessadas] moram perto", disse o taxista, que ainda não resolveu se aceita ou não o "fretamento alternativo".
Entre as desvantagens do sistema está o compromisso de estar em um determinado ponto da cidade todos os dias, no mesmo horário, com o trânsito pesado. O negócio é interessante para quem trabalha em pontos de movimento fraco, na opinião do taxista Valdo Barbosa de Souza, 37. "Se o táxi fica parado no ponto por muito tempo, vale a pena fazer um pacote. Se a área é movimentada, não."
Para o presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo), Natalício Silva, a restrição de fretados pode abrir um novo mercado para os profissionais do setor.
"Os carros já fazem esse transporte, mas em situações pontuais como uma festa, por exemplo", afirmou o sindicalista. Para ser uma atividade legal, porém, o taxímetro não pode ser desligado, diz Silva. "O taxímetro roda normalmente, mas o preço é negociado."


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