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MEDICINA
Efeitos colaterais variam com dose
ESPECIAL PARA A FOLHA
Os efeitos colaterais dos antiinflamatórios não-hormonais se
manifestam com intensidades diferentes e em tempos de uso variáveis.
"O efeito na coagulação sanguínea, mais especificamente na inibição das plaquetas, pode ser observado com apenas uma dose de
ácido acetilsalicílico (AAS). O
mesmo acontece com as lesões do
estômago", afirma Gilberto De
Nucci, professor titular de farmacologia da USP e professor-adjunto de farmacologia da Unicamp.
No caso de lesões de outros órgãos, é preciso usar doses maiores
durante vários dias. "Os efeitos
tóxicos sobre o fígado e os rins necessitam de uso prolongado, mas
os idosos são mais sensíveis."
O mecanismo de ação dos antiinflamatórios explica seus efeitos colaterais. Esses remédios inibem as enzimas ciclooxigenases,
que produzem as prostaglandinas, substâncias com várias funções em diferentes órgãos, dentre
elas, a inflamação.
Nos últimos anos, os cientistas
têm estudado dois tipos de ciclooxigenase. "Acredita-se que a ciclooxigenase 2 esteja mais envolvida com os processos inflamatórios. Mas existem exceções", diz
Jamil Natour, reumatologista da
Unifesp.
Novos remédios que atuam preferencialmente sobre a ciclooxigenase 2 costumam apresentar
menos efeitos colaterais.
"No entanto os outros antiinflamatórios que inibem as duas ciclooxigenases, aparentemente,
têm mais efeito analgésico", afirma De Nucci. Além disso, não está descartada a possibilidade de
efeitos colaterais nos rins.
Nas crianças, pesquisas estão
em andamento para determinar a
segurança desses antiinflamatórios. "Por enquanto, esses medicamentos apenas abrem perspectivas futuras para o tratamento de
doenças crônicas da infância, como a artrite reumatóide", diz Maria Helena Kiss, do Instituto da
Criança.
(ABJ)
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