|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MAUÁ
Ministério Público havia entrado com ação na Justiça na semana passada; deputado vai convocar presidente da Cetesb
Juíza decide hoje bloqueio de bens de construtoras
DA REPORTAGEM LOCAL
A juíza Adriana de Melo Menezes, da 3ª Vara do Fórum de
Mauá, decide hoje se atende ao
pedido do Ministério Público e
concede liminar para bloquear os
bens das empresas responsáveis
pela construção do conjunto habitacional Barão de Mauá.
O terreno onde foram construídos 59 prédios, numa área de 160
mil metros quadrados -equivalente a 22 campos de futebol -,
está contaminado com 44 substâncias tóxicas. Uma delas, o benzeno, é cancerígena.
Na quinta-feira, os promotores
Eder Segura, Marta Pacheco Machado de Araújo e Marcelo Luiz
Barone ingressaram com uma
ação cautelar (destinada à proteção urgente e provisória de um direito) pedindo a indisponibilidade dos bens e o bloqueio das contas das construtoras Soma e SQG
Empreendimentos, da Paulicoop
Assessoria e da Cofap. A ação
também prevê que as quatro empresas pagem os custos da "saída
voluntária" dos moradores.
O terreno onde foram erguidos
os prédios era utilizado pela Cofap como depósito clandestino de
lixo industrial.
Um parecer de peritos do Ministério Público, após vistoria feita na terça-feira passada, apontou
que existem medições de risco de
explosão de até 80% -o tolerável
é 20%.
Mas a Promotoria sustenta que
o risco existe em dois pontos e
que a desocupação só seria justificada se o perigo ocorresse na
maioria dos locais monitorados.
Na sexta-feira, a Prefeitura de
Mauá realizou 266 medições no
conjunto residencial e concluiu
que não há risco, embora também
tenha apontado dois locais com
possibilidade de explosão.
"Há fortes indicativos de gás
metano nesses pontos, comum
em rede de esgoto", afirmou Pires. "Não existe perigo de contaminação de moradores."
Ontem, o deputado estadual e
vice-presidente da Comissão de
Meio Ambiente da Assembléia
Legislativa, Donisete Pereira Braga, disse que irá convocar o presidente da Cetesb, Dráusio Barreto,
para que dê explicações sobre a liberação de gases tóxicos que teria
ocorrido no ano passado, quando
um pessoa morreu e outra ficou
gravemente ferida.
Ontem, a Folha revelou que um
relatório da Cetesb, com data de 4
de maio do ano passado, informa
que, quando houve a explosão no
conjunto habitacional de Mauá,
os técnicos da empresa estatal optaram por deixar a tampa da caixa
d'água entreaberta, pensando tratar-se de gás metano. Isso pode
ter ajudado a espalhar o benzeno.
Para Braga, o presidente da Cetesb não está interessado em apurar responsabilidades sobre o caso. Em entrevista à Folha, Barreto
disse que a estatal não errou. "Como vamos abrir uma sindicância
se entendemos que não houve nenhuma falha?", afirmou o presidente da Cetesb.
Texto Anterior: Saúde: Médico pede cautela no uso de técnicas de reprodução Próximo Texto: Panorâmica - Naufrágio: Bombeiros localizam corpo em mar de Ubatuba Índice
|