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TRANSPORTES
Prefeitura admite que gastos para a instalação do cartão neste ano devem superar cerca de 40% a previsão orçamentária
Custo do bilhete único cresce R$ 16,5 mi
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O custo de implantação do bilhete único do transporte coletivo
em São Paulo está desde ontem
R$ 16,5 milhões mais caro.
Um aditivo assinado pela administração Marta Suplicy (PT) com
a empresa Cobra Tecnologia estabelece esse reajuste contratual,
que representa 13,58% do valor
firmado em agosto de 2003.
O mesmo contrato, cuja quantia
inicial era de R$ 121,6 milhões, já
havia sofrido elevação de R$ 10,6
milhões em março.
Esses montantes se referem ao
trabalho de processamento e armazenamento de dados, implantação, manutenção e operação da
bilhetagem eletrônica -ou seja, a
parte tecnológica do sistema, sem
incluir a confecção dos cartões
nem os subsídios para compensar
eventuais perdas de arrecadação.
A quantia aditida com a Cobra
ultrapassa R$ 27 milhões, 93% superior aos R$ 14 milhões necessários para a instalação de catracas
eletrônicas compatíveis nas estações do Metrô paulista -e que já
teriam permitido uma integração
tecnológica dos dois sistemas.
O bilhete único é uma das principais bandeiras de campanha de
Marta à reeleição -e também
tem a promessa de continuidade
por seus principais adversários.
Ele permite viagens livres em ônibus e lotações no intervalo de
duas horas pagando R$ 1,70.
O custo para a instalação do cartão em 2004 deve superar cerca de
40% a previsão orçamentária, segundo admite o governo Marta.
O presidente da SPTrans (órgão
municipal que cuida do transporte), José Evaldo Gonçalo, afirma
que a razão para a elevação dos
custos é a expansão da rede e a
adesão ao bilhete único pelos passageiros. "Foi mais do que imaginávamos. Virou uma febre", diz.
Segundo ele, mais de metade
das passagens em ônibus e lotações já são pagas atualmente com
créditos do cartão magnético.
Gonçalo atribui os aditivos com
a Cobra Tecnologia, cuja contratação é válida por 60 meses, ao
"acréscimo de serviços" -motivado pela necessidade de mais
equipamentos de tecnologia e informática para a ampliação dos
sistemas de carregamento do bilhete, tanto em lotéricas como nos
demais postos (supermercados,
farmácias, lojas e alguns móveis,
instalados em terminais).
O Orçamento previa inicialmente gastos de R$ 25,8 milhões
para a implantação do bilhete
único neste ano. Gonçalo diz que
esses gastos devem atingir R$ 35
milhões até dezembro. Ele diz
que, desde 2001, a prefeitura gastou entre R$ 80 milhões e R$ 90
milhões na adoção do cartão.
A assessoria do vereador Roberto Tripoli (PSDB) afirma que já
foram gastos R$ 32,2 milhões neste ano e empenhados R$ 69,2 milhões -169% mais que a estimativa. Para Gonçalo, essas contas
provavelmente incluem despesas
de tecnologia do transporte desvinculadas do cartão magnético
-como sistema de monitoramento de ônibus por satélite.
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