São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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PATRIMÔNIO

Uma das asas do Jahú teve parte da estrutura devorada por cupins

Avião histórico será restaurado

Ricardo Bonalume Neto/Folha Imagem
Uma das asas do Jahú teve parte da estrutura devorada por cupins


RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O único exemplar de um avião importante na história da aviação está finalmente sendo restaurado, depois de vários anos abandonado literalmente aos cupins, que comeram parte de uma asa. O projeto de restauração do Jahú, avião em que brasileiros cruzaram o Atlântico voando pela primeira vez, em 1926, foi apresentado ontem na Helipark, centro de apoio a helicópteros em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
De 170 hidroaviões Savoia-Marchetti S.55 fabricados, o Jahú é o único que resta no mundo. Foi um avião empregado em diversos reides nas décadas de 20 e 30 do século passado, incluindo a famosa viagem de Gênova a São Paulo sob comando de João Ribeiro de Barros, que deu a ele o nome da sua cidade natal, Jaú, no interior paulista.
"Não há dinheiro público envolvido, é uma ação entre amigos", diz João Zeferino Ferreira Velloso, proprietário da Helipark, que estima em cerca de R$ 1 milhão o custo da restauração. O objetivo é ter o avião pronto para exibição em 2006, quando que se comemoram os cem anos do vôo de Alberto Santos Dumont em Paris com o 14-Bis.
A Aeronáutica Militar italiana deu apoio à iniciativa. Os italianos querem aproveitar os trabalhos de restauração para criar uma réplica do S.55. Uma comitiva chefiada pelo general Vicenzo Parma esteve dias atrás visitando a Helipark e elogiou o trabalho, segundo Velloso.
A Força Aérea Brasileira também contribuiu com o restauro. Um dos dois motores foi reformado por pessoal do 4º Comar (Comando Aéreo Regional) e está em condições de funcionamento. Na cerimônia, ele foi acionado por ar comprimido para girar a hélice.
Uma dezena de familiares de Ribeiro de Barros esteve ontem na cerimônia, assim como um sobrinho-bisneto de Santos Dumont, Marcos Villares. As duas famílias estiveram envolvida na criação da Fundação Santos Dumont, na década de 50, que administrava o Museu da Aeronáutica em São Paulo, e à qual pertence o Jahú.
Em 2000, o Jahú foi levado ao Campo de Marte, guardado pela Polícia Militar, instituição também ligada ao avião.


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