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SAÚDE PÚBLICA
Ministério estuda incluir nas campanhas de massa a imunização contra rotavírus, varicela, pneumococo e meningococo
Calendário oficial pode ter mais 4 vacinas
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Saúde estuda
incluir quatro novas vacinas no
calendário oficial do país já a partir de 2005. As vacinas contra o rotavírus (que causa diarréia e desidratação), varicela (ou catapora),
pneumococo (causa pneumonia e
até meningite) e meningococo
(meningite) poderão ser gratuitas
e fazer parte do Programa Nacional de Imunização.
A avaliação está sendo feita pela
Secretaria de Vigilância em Saúde. Até o final do ano, será concluído estudo sobre o custo-benefício de incluir as doses em campanhas de vacinação em massa.
Para o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, é importante levar em conta o
alto custo das doses e o quanto
elas podem evitar os sorotipos
(diferentes tipos de agentes) mais
freqüentes no Brasil.
A vacina conjugada contra o
pneumococo, por exemplo, chega
a custar R$ 90 em laboratórios
particulares. "Comprando em
grandes doses podemos garantir
preços menores, mas é preciso
avaliar o custo-efetividade."
O governo paga atualmente menos de R$ 4 por dose da tríplice viral (caxumba, rubéola e sarampo), que faz parte do Programa
Nacional de Vacinação. Na campanha que irá até o dia 3 de setembro, a meta é distribuir 17 milhões
de doses.
Tirar a motivação
Outro ponto que o ministério
leva em consideração é o acréscimo de "mais uma picada". Além
de causar desconforto -mesmo
que pequeno- às crianças, uma
nova dose pode desmotivar os
pais a cumprir o calendário de vacinações à risca.
Preocupa ainda a chance de um
maior número de vacinas trazerem mais reações alérgicas, como
as ocorridas com a tríplice viral
nos últimos dias.
Segundo o secretário, mesmo
que as vacinas não sejam incluídas no calendário do próximo
ano, é possível começar uma negociação com os laboratórios produtores. Até porque, disse, conseguir um fornecimento de milhões
de doses exige tempo.
A vacina do rotavírus -virose
que causa diarréia prolongada
(com duração de até oito dias),
vômito e febre e que pode evoluir
para a desidratação- é uma das
principais candidatas, já que o
país registra altos índices da
doença todos os anos.
O rotavírus é responsável por
pelo menos 20% dos casos de
diarréia no país. As maiores vítimas são crianças de até seis anos.
Mesmo assim, Barbosa afirma
que é preciso fazer um estudo para avaliar se não é mais efetivo tratar a diarréia com as armas de baixo custo já existentes, como o soro fisiológico.
A doença, que pode levar à morte, tem relação direta com a falta
de higiene. Sua transmissão ocorre por via fecal-oral, de pessoa para pessoa ou por alimentos, água
ou objetos contaminados.
Imunização possível
O governo estuda a imunização
contra varicela (ou catapora),
doença ainda considerada benigna por alguns médicos, porque a
doença pode levar à morte. Além
disso, uma vez contraído, o vírus
permanece adormecido no corpo
e pode ser reativado, causando
outro mal, o herpes-zoster (chamado também de cobreiro).
As vacinas em estudo contra o
pneumococo e o meningococo
são as conjugadas, que atuam
contra mais de um sorotipo (os
mais freqüentes na infância).
Atualmente, fazem parte do calendário oficial: BCG (tuberculose), hepatite B, poliomielite, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), Hib (meningite), tríplice
bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) e febre amarela (em
áreas endêmicas).
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