São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

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Para professores, Enem exigiu menos conhecimentos técnicos

Prova privilegiou capacidade de interpretação do anunciado, dizem educadores

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A prova deste ano do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), aplicada ontem, exigiu menos conhecimento específico das matérias do ensino médio do que em edições anteriores. Essa é a avaliação dos professores de cursinhos. Já os estudantes consideraram a prova fácil, mas cansativa.
Para os educadores, bastava que o aluno interpretasse bem os enunciados para acertar as questões (63 no total) -modelo que recebeu elogios. A redação abordou "O desafio de se conviver com a diferença".
O Inep, instituto ligado ao Ministério da Educação que aplica a prova, afirmou que não houve nenhum incidente. Inscreveram-se neste ano 3,5 milhões de alunos. O índice de abstenção não foi divulgado.
Tradicionalmente, o Enem privilegia a interpretação de texto ao conhecimento específico de biologia ou física, por exemplo. "Neste ano, porém, em nenhuma questão era preciso conhecimento técnico", disse o diretor do Etapa, Carlos Eduardo Bindi. Na prova do ano passado, afirma, ao menos seis questões eram "técnicas".
A coordenadora do Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, concorda que houve menos exigência de disciplinas. "O exame pôde avaliar todos os alunos de um país tão desigual como o Brasil. Foi uma boa prova."
O coordenador-geral do Anglo, Nicolau Marmo, afirmou que foi uma prova "sem surpresas, que exigiu basicamente interpretação de texto, de gráficos e de tabelas".
"O que exigiu conhecimento escolar foi muito básico", disse o coordenador-geral do Cursinho da Poli, Gilberto Alvarez.
Já a redação foi elogiada pela professora do Objetivo Elizabeth de Melo Massaranduba. "O tema das diferenças deu boa margem para que os alunos trabalhassem, pois podiam ser utilizados tanto casos como o nazismo como o "bullying" [humilhação nas escolas]."

Estudantes
A prova foi considerada fácil pelos estudantes consultados. "Se estivesse mais tranqüilo, estaria dormindo", brincou Franklin Alves, 18.
Jaqueline Jesus, 24, por sua vez, disse que o exame estava cansativo. "Tem muita coisa para ler, acaba confundindo."
Criado em 1998 para que o aluno pudesse se auto-avaliar ao final do ensino médio, o Enem hoje é o instrumento de seleção para o Prouni (programa do governo federal que concede bolsas em universidades particulares), além de integrar os processos seletivos de 500 instituições de ensino superior.
As notas serão divulgadas em novembro, por meio de boletim enviado pelo correio ou pela internet (www.inep.gov.br).
(FÁBIO TAKAHASHI e SILAS MARTÍ)


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