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Para professores, Enem exigiu
menos conhecimentos técnicos
Prova privilegiou capacidade de interpretação do anunciado, dizem educadores
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A prova deste ano do Enem
(Exame Nacional do Ensino
Médio), aplicada ontem, exigiu
menos conhecimento específico das matérias do ensino médio do que em edições anteriores. Essa é a avaliação dos professores de cursinhos. Já os estudantes consideraram a prova
fácil, mas cansativa.
Para os educadores, bastava
que o aluno interpretasse bem
os enunciados para acertar as
questões (63 no total) -modelo que recebeu elogios. A redação abordou "O desafio de se
conviver com a diferença".
O Inep, instituto ligado ao
Ministério da Educação que
aplica a prova, afirmou que não
houve nenhum incidente. Inscreveram-se neste ano 3,5 milhões de alunos. O índice de
abstenção não foi divulgado.
Tradicionalmente, o Enem
privilegia a interpretação de
texto ao conhecimento específico de biologia ou física, por
exemplo. "Neste ano, porém,
em nenhuma questão era preciso conhecimento técnico",
disse o diretor do Etapa, Carlos
Eduardo Bindi. Na prova do
ano passado, afirma, ao menos
seis questões eram "técnicas".
A coordenadora do Objetivo,
Vera Lúcia da Costa Antunes,
concorda que houve menos exigência de disciplinas. "O exame
pôde avaliar todos os alunos de
um país tão desigual como o
Brasil. Foi uma boa prova."
O coordenador-geral do Anglo, Nicolau Marmo, afirmou
que foi uma prova "sem surpresas, que exigiu basicamente interpretação de texto, de gráficos e de tabelas".
"O que exigiu conhecimento
escolar foi muito básico", disse
o coordenador-geral do Cursinho da Poli, Gilberto Alvarez.
Já a redação foi elogiada pela
professora do Objetivo Elizabeth de Melo Massaranduba.
"O tema das diferenças deu boa
margem para que os alunos trabalhassem, pois podiam ser utilizados tanto casos como o nazismo como o "bullying" [humilhação nas escolas]."
Estudantes
A prova foi considerada fácil
pelos estudantes consultados.
"Se estivesse mais tranqüilo,
estaria dormindo", brincou
Franklin Alves, 18.
Jaqueline Jesus, 24, por sua
vez, disse que o exame estava
cansativo. "Tem muita coisa
para ler, acaba confundindo."
Criado em 1998 para que o
aluno pudesse se auto-avaliar
ao final do ensino médio, o
Enem hoje é o instrumento de
seleção para o Prouni (programa do governo federal que concede bolsas em universidades
particulares), além de integrar
os processos seletivos de 500
instituições de ensino superior.
As notas serão divulgadas em
novembro, por meio de boletim
enviado pelo correio ou pela internet (www.inep.gov.br).
(FÁBIO TAKAHASHI e SILAS MARTÍ)
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