São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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Fisioterapeuta passou por 8 médicos até encontrar um que aceitasse emitir laudo

DA REPORTAGEM LOCAL

Um descuido e, aos 21 anos, a então estudante de fisioterapia Érica Letícia Chagas se viu grávida do namorado. Um ultra-som no terceiro mês de gestação mostrou que havia mais desafios pela frente: o bebê, uma menina, tinha anencefalia.
Érica, à época católica, passou por oito médicos até encontrar um que aceitasse emitir laudo constatando a anomalia -documento fundamental para obter autorização judicial para a interromper a gestação.
"Um ia passando para o outro e não sabiam o que fazer. O médico que fazia meu pré-natal na época chegou ao ponto de me dizer que eu tinha que ir até o final da gestação e ver o bebê morrer. Eu falei para ele: "Sinto muito, mas você não serve para ser meu médico"."
A autorização para a interrupção ocorreu um mês e meio depois. "Não foi fácil, precisei fazer terapia para elaborar isso tudo." Ela conta que ainda sofreu resistência do hospital privado que se negava a fazer o aborto, mesmo com a autorização judicial.
Hoje, aos 31 anos, evangélica e recém-casada com um outro homem, Érica afirma que em nenhum momento se arrependeu. "Como eu poderia manter um gestação por nove meses sabendo que, no final, o bebê não iria sobreviver e que a gestação poderia ainda trazer riscos para mim?"


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