São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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NEWTON BRÁS (1926-2008)

PJ, pioneiro do colunismo social no PI

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No começo, havia Newton Brás, cujo nome, em si, não ficou conhecido. A coisa só deslanchou quando decidiu se chamar Paulo José (PJ), pseudônimo que popularizou via ondas do rádio e pelos jornais de Teresina (PI).
Fascinado por moda e vinho e observador irreverente das altas rodas da sociedade piauiense, começou a carreira de colunista social na década de 40. Foi um dos pioneiros da profissão no Estado. Por mais de quatro décadas, exerceu a atividade, até que surgiram colunistas mais novos, e PJ sentiu que perdia território.
Desiludiu-se, no início dos anos 80, quando deixaram de publicar sua coluna para dar lugar a um novato, como lembra um amigo.
Brincalhão, emplacou um estilo próprio de crônica social. Era um amante da noite e das festas. Organizador de concursos, envolveu-se o quanto pôde nas escolhas da miss Piauí. Tinha a tradição de indicar a vencedora.
Dedicava-se também aos Carnavais. Criava fantasias e levava para a avenida alas inteiras formadas só por ricos.
Funcionário aposentado do Ministério da Saúde, criou por 30 anos Francisca, a afilhada que cuidou dele nos últimos tempos.
Morreu no domingo, em Teresina, aos 82, de infarto, sem muito alarde. O colunista Nelito Marques, admirador do estilo do amigo, lembra que PJ morreu no esquecimento. "No Piauí, se saiu da mídia, perdeu o valor." Não deixou filhos.

obituario@folhasp.com.br



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