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FRANCISCO CUBEROS NETO (1924 - 2010)
Ator, anarquista e corintiano
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O anarquista Francisco
Cuberos Neto sempre votava
nulo nas eleições para os cargos públicos no Brasil.
Fazia questão de votar e
dar sua opinião sobre o assunto, porém, quando o pleito era para decidir as questões internas do Corinthians,
clube do qual foi sócio por
mais de 60 anos.
Descendente de espanhóis, nascido em São Paulo
e criado na Vila Bertioga,
desde cedo entrou um contato com ideologias libertárias.
Na casa de um tio, era proibido dizer a palavra "Deus".
Concluiu o curso primário
e, aos 12, foi trabalhar numa
fábrica de calçados.
Na adolescência, criou um
grupo de estudos junto com
alguns primos e um de seus
cinco irmãos, Jaime. A ideia
era se aprofundar no pensamento de filósofos anarquistas e de lambuja paquerar
umas meninas.
No início da década de 50,
foi convidado para ingressar
no Centro de Cultura Social,
onde fundou o Grupo de Teatro Operário. Lá, conheceu
Maria Martinez Jimenez, com
quem foi viver após um primeiro casamento.
Concluiu o curso de teatro
em 1959 no Teatro de Arena e
estreou profissionalmente
no ano seguinte na peça "Nega de Maloca".
Atuou também em "A Semente" (1961), "O Comprador de Fazendas" (1970) e
Gota D'água (1977-1978). Na
TV atuou em novelas da extintas TVs Excelsior e Tupi.
Paralelamente, manteve
uma loja de sapatos com a
mulher e o irmão Jaime.
Morreu na sexta, aos 86,
em São Paulo, em decorrência de um pneumonia agravada pelo mal de Parkinson.
Deixa três filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
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