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Governistas exigem cargos, diz líder do PPB
da Reportagem Local
O líder do PPB na Câmara, Paulo Frange, admitiu ontem que a
bancada governista não derrubou
ainda o pedido da oposição para
que seja criada uma nova CPI da
máfia porque vereadores governistas querem cargos para votar
contrariamente à proposta. Ele
não citou nomes nem partidos.
Ele também afirmou que a Prefeitura de São Paulo não teme ser
investigada. Apesar disso, apostou que nenhuma nova investigação vai ser aprovada na Câmara.
"Hoje não passa nenhuma CPI. A
menos que o pessoal perca o senso mínimo da razão."
(JCS)
Folha - Por que os governistas
não votam a proposta de CPI, se
vocês têm mais de 30 votos para
garantir uma vitória?
Paulo Frange - Isso não acontece pelo que já tínhamos previsto.
Nos meses de agosto e setembro,
60 dias antes da data de filiação
partidária, nós teríamos uma série de mudanças. Uma delas é de
vereadores, de um partido para
outro. Com isso, não existe mais o
comando de um líder de bancada.
Folha - Mas a bancada tem
quantos votos?
Frange - Sempre na base de 30.
Com relação à CPI, o fato é que
existem pessoas pressionando.Essa pressão é para buscar espaços
pessoais.
Folha - Envolve voto contrário
em troca de cargos?
Frange - É, em troca de apoio.
Mas se for por isso, vai ser uma
perda de tempo porque o governo
já deixou claro que não vai negociar cargos por votos.
Folha - Mas a CPI proposta pela situação também não abre espaço para exigência de cargos
para não ser aprovada?
Frange - Se nós percebermos
qualquer tentativa neste sentido,
nós não votamos nem nessa (a
CPI proposta por governistas). A
situação aqui é a seguinte: existe
um grupo grande que concorda
em votar contra a CPI e não está
pleiteando espaço. E existe um
grupo que concorda em votar e só
o faz em troca de espaço.
Folha - Há esse movimento
por cargos no PPB?
Frange - Não. É na bancada governista (PMDB, PFL, PL, PTB,
Prona e PPB).
Folha - O Executivo não cederia com uma ameaça, por exemplo, do PTB? Os votos deles (cinco) são suficientes para aprovar
a CPI da oposição.
Frange - Eu conversei com o
Executivo e ele não teme isso.
Folha - Como o sr. justifica a
CPI proposta por governistas?
Frange - Hoje não há mais espaço para isso, não passa nenhuma
CPI. A menos que o pessoal perca
o senso mínimo da razão.
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