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Governista busca cargos com impasse
MALU GASPAR
da Reportagem Local
Os vereadores da base de
apoio ao prefeito Celso Pitta estão usando o impasse na votação da CPI da oposição para
cavar cargos no governo paulistano. Ontem, depois de ter
sido votada seis vezes sem definição, a CPI não foi nem discutida porque não havia quórum
para pôr projetos em votação.
Apenas 25 vereadores registraram presença, ainda que 45
tivessem comparecido à sessão. O número de vereadores
governistas que vem se abstendo ou faltando seria suficiente
para derrubar a proposta.
Eles admitem, nos bastidores, que, apesar de serem contra a CPI, esperam um "sinal"
do prefeito de que não terão
sua imagem abalada diante da
opinião pública "de graça".
São necessários 28 votos para
que a questão se defina. Para isso, seriam suficientes os votos
de quatro vereadores do PTB,
seis do PMDB, dois do PPB e
um do PFL que faltaram à votação de anteontem.
Mas, durante aquela votação,
quatro vereadores do PTB se
abstiveram, dois dos quais
-Natalício Bezerra e Amorim- votaram contra na sessão anterior.
No PMDB, quatro vereadores que haviam votado contra a
CPI resolveram não registrar
seus nomes no painel eletrônico -Ivo Morganti, Jooji Hato,
Faria Lima e Antônio Goulart.
Em ambos os partidos os vereadores manifestam insatisfação com o prefeito. Eles sabem
que pelo menos três secretarias
-Habitação, Finanças e Serviços e Obras- devem ter seus
titulares trocados pelo prefeito
nas próximas semanas e querem ocupar esse espaço.
No PTB, a maior reclamação
é o fato de o prefeito ter negociado com a bancada, em junho, a Secretaria da Habitação,
e depois não cumprir a promessa. Além disso, afirmam
que Pitta "atropelou" a bancada ao negociar sua filiação no
partido diretamente com o deputado Campos Machado. Pitta acabou não se filiando.
Já os vereadores do PMDB,
que já rejeitou a filiação de Pitta, não querem parecer estar
em busca de cargos. Dizem que
eles devem ser oferecidos ao
partido. Caso Pitta faça uma
boa oferta, o PMDB daria pelo
menos sete votos contra.
O secretário de Comunicação
Social de Pitta, Antenor Braido,
afirma que a negociação com
os partidos já vem acontecendo há algum tempo e que "a
reivindicação de mais espaço
no governo é legítima".
À oposição resta esperar um
erro de Pitta para ganhar os votos de que precisa. "Qualquer
rebeldia pode ser benéfica para
nós, que já chegamos até a 25
votos", diz Roberto Trípoli
(PSDB).
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