São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRIME
Cinco corpos foram achados dentro de Kombi; governador diz não ter como impedir disputa entre traficantes
Rio registra 3ª chacina em quatro dias

da Sucursal do Rio

Cinco pessoas foram mortas no fim da noite de anteontem na Pavuna (zona norte do Rio) na terceira chacina ocorrida em quatro dias na região metropolitana do Rio. Nas três chacinas, 18 pessoas foram mortas.
De acordo com o delegado José Alberto Laje, da 39ª Delegacia de Polícia, os cinco corpos encontrados anteontem, por volta das 22h, estavam dentro de uma Kombi branca, que havia sido roubada.
O veículo é de Wladimir Lemos, 31, que contou à polícia ter sido abordado por dois homens encapuzados quando passava por um cruzamento. Ele mesmo teria encontrado, segundo a polícia, a Kombi abandonada.
Até o fim da tarde de ontem dois mortos haviam sido identificados: Hebert Monteiro de Miranda,19, e Sidnei Rodrigues Barbosa, 26. Segundo a polícia, os outros três tinham entre 18 e 20 anos.
De acordo com o delegado, os assassinatos teriam sido cometidos por vingança. Laje disse que as mortes estariam relacionadas a outro crime, não especificado, ocorrido na semana passada.
A polícia desconfia que o dono da Kombi pode estar envolvido na morte das cinco pessoas.
O governador do Rio, Anthony Garotinho, disse ontem que recebeu relatórios da Secretaria de Segurança Pública, informando que "em todos os casos, as vítimas eram pessoas ligadas ao tráfico".
Segundo Garotinho, que participou ontem da solenidade de apresentação de uma nova tropa da PM destinada ao policiamento das ruas, o governo não pode "impedir que pessoas ligadas a atividades ilícitas sejam mortas".

Mulher grávida
Na madrugada de segunda-feira, seis pessoas morreram durante tiroteio entre supostos traficantes na favela do Quitungo, em Brás de Pina (zona norte).
A polícia disse que o motivo do confronto foi uma disputa pela liderança do tráfico na favela.
No dia seguinte, sete pessoas foram encontradas mortas a tiros, entre elas uma mulher grávida de seis meses, no morro da Boa Esperança, em Itaipu, Niterói.
Segundo a polícia, uma das hipóteses é a de que um grupo de extermínio, formado por policiais, teria comandado a ação. A outra possibilidade seria um acerto de contas entre traficantes.
O governador disse que foi dada prioridade para diminuição da quantidade de roubos de automóveis na cidade.
Segundo Garotinho, a taxa de homicídios do Rio é inferior a de outros Estados.
Para o governador, a polícia do Rio está sendo reorganizada. "Não é fácil pegar um setor que estava tão desorganizado como esse e resolver a situação de uma hora para a outra."


Texto Anterior: Hanashiro culpa falta de dinheiro
Próximo Texto: Morte de investigador mobiliza polícia
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.