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Hanashiro culpa falta de dinheiro
MALU GASPAR
da Reportagem Local
O secretário municipal dos
Transportes, Getúlio Hanashiro,
põe a culpa da não-implantação
de uma política de transportes em
São Paulo na crise financeira que
a prefeitura enfrenta.
Com a falta de recursos, diz, a
prefeitura é obrigada a agir por
meio de "medidas paliativas", como a instalação de faixas exclusivas de ônibus.
Hanashiro negou que, com os
últimos projetos enviados à Câmara, esteja apenas "tapando buracos" para conter pressões de perueiros e motoristas. Ele afirma
que a prefeitura já estava tentando regulamentar as lotações antes
da crise atual dos transportes.
O caso da redução da frota é
exemplar da situação pela qual a
prefeitura passa hoje. A proposta
já havia sido feita no início do ano.
Devido às pressões dos empresários, deu lugar a um acordo pelo
qual a prefeitura reduziria o subsídio até ele chegar a zero. Como o
acordo não saiu do papel, a prefeitura voltou atrás e, no início da semana, já defendia a redução da
frota.
Para o secretário, o maior responsável pela crise no sistema
paulistano de transportes, além
da falta de dinheiro, é o modelo de
remuneração das empresas de
ônibus, criado na gestão de Luiza
Erundina e mantido por Paulo
Maluf e Celso Pitta. Pelo modelo,
as empresas recebem remuneração fixa, baseada num cálculo que
privilegia a quantidade de quilômetros rodados.
Hanashiro diz que quer acabar
com esse modelo e que a prefeitura é a favor do sistema tarifado,
em que a única fonte de recursos
das empresas é a tarifa. No entanto, afirma que só pode modificar
completamente o modelo a partir
de janeiro (quando acabam os
atuais contratos de concessão), ou
com a aprovação da lei que regulamenta as lotações.
Apesar de se dizer contra esse tipo de transporte -"eles são como os camelôs, ou os CDs piratas,
foram criados pela recessão"-
Hanashiro afirma que não há forma de lidar com as lotações sem
regulamentá-las.
Enquanto isso, diz que pretende
manter o subsídio a 0%, ainda
que não saiba explicar como vai
resistir à pressão das empresas e
às greves -desde o início da gestão Pitta, já foram 72 paralisações.
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