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Inquérito reúne denúncias de 'apartheid'
da Reportagem Local
Próteses ortopédicas cobradas
de pacientes do SUS, reservas de
leitos para a clientela pagante e recusa de atendimento são algumas
das denúncias reunidas no inquérito que corre desde março no Ministério Público sobre a "dupla
entrada" do HC.
A paciente Idália Silva Vieira foi
ao hospital no início deste mês e
tentou marcar um exame para
diagnóstico de osteoporose. Ela
diz ter sido informada que os horários estavam preenchidos até o
fim do ano e que os agendamentos só não estavam suspensos para pacientes conveniados e particulares.
Outro paciente, Edison Marinho Nogueira, conta que amputou uma das pernas há oito anos
e, na época, recebeu uma prótese
no próprio HC, gratuitamente.
Seu aparelho quebrou no mês
passado e, seu médico, do Instituto de Ortopedia do HC, prescreveu nova prótese. Mas para recebê-la, Nogueira teria de pagar R$
440. "Minha mulher teve de pedir
esmolas para conseguir pagar."
O inquérito traz ainda o depoimento da paciente Ana Maria
Caetano, que tinha um caroço no
ombro direito e procurou o hospital em agosto de 97. Seu médico
prescreveu uma cirurgia plástica,
que não havia sido realizada por
falta de vaga pelo menos até julho
deste ano.
Segundo Nilson Valério Primo,
presidente da Associação dos Servidores do HC, o prazo de espera
para consultas pode demorar de
seis meses a um ano.
"Quando não há pacientes ocupando os leitos destinados aos
particulares ou conveniados, os
leitos ficam ociosos", afirma.
"Todos esses depoimentos
apontam para discriminação dos
pacientes atendidos pelo SUS",
diz o promotor Vidal Serrano Júnior. O Hospital das Clínicas não
se manifestou sobre essas denúncias.
(PL)
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