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Atendimento no hospital pode piorar
da Reportagem Local
O fim do atendimento diferenciado pode significar a piora do
atendimento no Hospital das Clínicas. Sem alguns privilégios, pacientes particulares ou que têm
planos de saúde devem deixar de
procurar atendimento no hospital. Dessa forma, o HC poderá
perder os R$ 12,5 milhões arrecadados com essa clientela.
"Se os recursos representam
apenas 3%, não importa. O fato é
que são R$ 12,5 milhões a menos
no orçamento, para uma instituição que já trabalha com orçamento apertado", diz Paulo Eduardo
Elias, professor de medicina preventiva da Faculdade de Medicina
da USP e pesquisador do Cedec
(Centro de Estudos de Cultura
Contemporânea).
"O Ministério Público está cumprindo seu papel de fiscalizar a lei,
ninguém é favorável à discriminação, mas alguém vai ter de suprir esse valor ou haverá repercussão negativa para o atendimento", afirma. A saída seria buscar recursos em outras fontes. "O
poder público terá de cobrir pelo
menos boa parte desse valor."
Para o procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio Marrey, esse
argumento tem de ser encarado
com cautela. "Se levarmos a questão financeira ao extremo, o serviço de saúde pública será totalmente privatizado", diz.
Os dirigentes de hospitais universitários defendem que esse
modelo de "dupla entrada" é a
única forma de manter um atendimento de ponta, com qualidade. Eles confirmam a existência
de hotelaria diferenciada, mas negam que a qualidade de atendimento seja prejudicada para pacientes do SUS. Os pacientes são
atendidos pelos mesmos médicos
e utilizam os mesmos equipamentos de alta qualidade.
O HC informou que só vai se
pronunciar quando for notificado
oficialmente sobre a ação civil pública.
(PL)
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