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PATRIMÔNIO
Teatro, com 800 lugares, será aberto ao público no próximo dia 8 e terá capacidade para 15 mil na área externa
Ibirapuera estréia auditório 10 meses depois
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O auditório do parque Ibirapuera será aberto ao público no próximo dia 8 de outubro, 10 meses
após a festa de inauguração.
A obra, projetada pelo arquiteto
Oscar Niemeyer nos anos 50, só
começou a ser construída para a
comemoração dos 450 anos de
São Paulo, em 25 de janeiro de
2004, e ficou pronta quase dois
anos após.
Nos dias 6 e 7 do próximo mês
haverá uma apresentação do pianista Marcelo Bratke apenas para
convidados. O espetáculo terá a
participação do percussionista
Naná Vasconcelos e do grupo
Morro da Conceição, de Recife.
Apenas no dia 8 o auditório, que
tem capacidade para 800 lugares,
será aberto ao público, que assistirá ao mesmo show de Bratke e
Vasconcelos. No dia 9, eles farão
uma apresentação gratuita para o
público externo, ao ar livre, às 11h.
Isso será possível porque o palco do auditório possui uma porta
retrátil que pode ser aberta para a
área externa e possibilita que o
show seja visto por 15 mil pessoas.
Com o auditório em funcionamento serão suspensos os eventos
na praça da Paz, que chegaram a
receber até 200 mil pessoas. Segundo Mario Cohen, presidente
do Instituto Música para Todos
-que vai gerir o auditório-, o
local será destinado a apresentações eruditas e populares. A proposta é cobrar ingressos em torno
de R$ 30 (R$ 15 -meia) às sextas
e aos sábados. Aos domingos, as
apresentações serão gratuitas.
O auditório poderá ser visto por
dentro só durante as apresentações. Além da parte para apresentações, o local possui uma escola
de música e obras de arte. Uma
delas, um painel de 16 metros de
comprimento e 2,5 metros de altura, fica no hall da escola. A obra,
de Luis Antônio Vallandro Keating, mostra uma orquestra.
Na entrada principal, há uma
escultura pintada de vermelho de
Niemeyer, intitulada Labareda.
Em seguida, no hall de entrada,
outra escultura, de Tomie Ohtake,
também na cor vermelha.
A escola de música atende 120
alunos carentes que estão aprendendo a tocar instrumentos de
cordas, percussão e sopro.
Atraso e política
Em 14 de dezembro de 2004 a
então prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), participou de uma
solenidade para marcar o recebimento da obra, construída pela
empresa de telefonia TIM e que
custou R$ 29 milhões. No entanto, a obra ainda estava inacabada.
A parte destinada aos shows externos precisava ser nivelada, pois
possuía uma inclinação decrescente que impedia a visão de
quem estivesse atrás. Os testes de
acústica não tinham sido feitos.
Na época, o secretário municipal
Adriano Diogo (Meio Ambiente)
disse que faltavam só "ajustes".
A demora na construção aconteceu, em parte, porque a obra foi
alvo de uma ação do Ministério
Público, que tentou impedi-la por
considerar que contrariava o
tombamento do parque. A prefeitura conseguiu a liberação com o
argumento de que a estrutura
constava no projeto inicial.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, a
questão ainda está na Justiça.
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