São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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PATRIMÔNIO

Teatro, com 800 lugares, será aberto ao público no próximo dia 8 e terá capacidade para 15 mil na área externa

Ibirapuera estréia auditório 10 meses depois

LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O auditório do parque Ibirapuera será aberto ao público no próximo dia 8 de outubro, 10 meses após a festa de inauguração.
A obra, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer nos anos 50, só começou a ser construída para a comemoração dos 450 anos de São Paulo, em 25 de janeiro de 2004, e ficou pronta quase dois anos após.
Nos dias 6 e 7 do próximo mês haverá uma apresentação do pianista Marcelo Bratke apenas para convidados. O espetáculo terá a participação do percussionista Naná Vasconcelos e do grupo Morro da Conceição, de Recife.
Apenas no dia 8 o auditório, que tem capacidade para 800 lugares, será aberto ao público, que assistirá ao mesmo show de Bratke e Vasconcelos. No dia 9, eles farão uma apresentação gratuita para o público externo, ao ar livre, às 11h.
Isso será possível porque o palco do auditório possui uma porta retrátil que pode ser aberta para a área externa e possibilita que o show seja visto por 15 mil pessoas.
Com o auditório em funcionamento serão suspensos os eventos na praça da Paz, que chegaram a receber até 200 mil pessoas. Segundo Mario Cohen, presidente do Instituto Música para Todos -que vai gerir o auditório-, o local será destinado a apresentações eruditas e populares. A proposta é cobrar ingressos em torno de R$ 30 (R$ 15 -meia) às sextas e aos sábados. Aos domingos, as apresentações serão gratuitas.
O auditório poderá ser visto por dentro só durante as apresentações. Além da parte para apresentações, o local possui uma escola de música e obras de arte. Uma delas, um painel de 16 metros de comprimento e 2,5 metros de altura, fica no hall da escola. A obra, de Luis Antônio Vallandro Keating, mostra uma orquestra.
Na entrada principal, há uma escultura pintada de vermelho de Niemeyer, intitulada Labareda. Em seguida, no hall de entrada, outra escultura, de Tomie Ohtake, também na cor vermelha.
A escola de música atende 120 alunos carentes que estão aprendendo a tocar instrumentos de cordas, percussão e sopro.

Atraso e política
Em 14 de dezembro de 2004 a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), participou de uma solenidade para marcar o recebimento da obra, construída pela empresa de telefonia TIM e que custou R$ 29 milhões. No entanto, a obra ainda estava inacabada.
A parte destinada aos shows externos precisava ser nivelada, pois possuía uma inclinação decrescente que impedia a visão de quem estivesse atrás. Os testes de acústica não tinham sido feitos. Na época, o secretário municipal Adriano Diogo (Meio Ambiente) disse que faltavam só "ajustes".
A demora na construção aconteceu, em parte, porque a obra foi alvo de uma ação do Ministério Público, que tentou impedi-la por considerar que contrariava o tombamento do parque. A prefeitura conseguiu a liberação com o argumento de que a estrutura constava no projeto inicial.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, a questão ainda está na Justiça.


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