São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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AMBIENTE

Em Xapuri não chovia forte havia quatro meses

Chuva diminui número de focos de incêndio em florestas do Acre

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM XAPURI

A chuva que atingiu a região de Xapuri (180 km de Rio Branco) ontem apagou a maioria dos focos de incêndio na Reserva Extrativista Chico Mendes e na floresta em seu entorno.
É a primeira chuva forte que ocorre em aproximadamente quatro meses no município.
Segundo o Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), a chuva não atingiu os municípios de Acrelândia e Assis Brasil, onde também há focos de incêndio.
Ontem à tarde, ainda havia 22 focos de calor no Acre. Na semana passada, houve mais de 600 focos.
A chuva de ontem foi recebida em Xapuri com palmas e gritos pelos bombeiros e soldados do Exército e da Polícia Militar que se preparavam para sair à floresta para combater incêndios.
"Praticamente todos os focos de incêndio foram apagados. O que está queimando ainda são algumas árvores que caíram e que têm a combustão mais lenta", disse o major James Gomes, que coordena a operação de combate ao fogo na região. O risco agora é que essas árvores lancem faíscas que possam reavivar o fogo.
"Não havia previsão de chuvas hoje. Foi uma surpresa", disse o coronel Ivo da Silva, comandante da área operacional do Corpo de Bombeiro do Acre.
A chuva veio acompanhada de uma frente fria que baixou a temperatura no Estado. Em Rio Branco, a temperatura, ontem à tarde, estava em torno dos 16C.
Nos dias anteriores, chegou a ficar acima de 35C.

Floresta
Um morador do assentamento Tupã, a 40 km de Xapuri, informou ao posto de comando que lá não havia chovido e que o fogo na floresta continuava.
Segundo o secretário do Meio Ambiente em exercício, Fernando Ferreira Lima, a vinda de 150 bombeiros de Brasília para ajudar no combate aos incêndios foi suspensa temporariamente.
"A situação ainda é de seca e só há previsão de mais chuva para daqui a cinco ou seis dias", disse.
Com base em relatos de moradores da reserva e de assentamentos agrícolas de seu entorno, o Corpo de Bombeiros estimou que cerca de 30 mil hectares de floresta e pasto foram destruídos pelo fogo. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o Imac ainda não fizeram uma avaliação dos danos ambientais.
"O momento é de ajudar no combate ao fogo", disse Anselmo Forneck, gerente do Ibama no Acre. Desde sábado, o Pelotão Florestal da Polícia Militar do Acre está com três equipes em campo para identificar locais desmatados e notificar os agricultores da proibição de queimadas.


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