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Empresas de mídia externa vão à Justiça contra nova lei
Sindicato diz que ela fere o princípio de livre iniciativa e afeta atividade econômica
Segundo empresário, 20 mil empregos estão ameaçados; prefeito afirma que medida não trará desemprego tão acentuado
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sepex, sindicato das empresas de mídia externa, já reuniu pareceres jurídicos e prepara ações para tentar barrar a lei
que será sancionada hoje pelo
prefeito Gilberto Kassab (PFL)
para praticamente extinguir a
publicidade exterior.
O setor já tem pareceres jurídicos de dois advogados renomados, Adilson Dallari e Lucia
Vale Figueiredo. Segundo o
presidente do sindicato, Julio
Albieri, a lei fere o princípio de
livre iniciativa e afeta uma atividade econômica, cuja regulamentação deveria ficar a cargo
somente do governo federal.
Segundo Albieri, a lei significa um desmantelamento do setor, já que somente os outdoors
representariam cerca de 60%
do faturamento das empresas
de mídia exterior. O empresário afirma ainda que 20 mil empregos estão ameaçados.
"Esgotamos nossos argumentos. A partir de agora, a saída é a Justiça. Houve investimentos de empresas sérias,
muita coisa que está sendo jogada pela janela", afirmou.
Para o prefeito Kassab, porém, o fim da mídia externa não
trará um desemprego tão significativo quanto o alardeado pelo setor. "Há outros tipos de publicidade para os quais esses
trabalhadores poderão migrar", disse o prefeito.
A posição do Sepex é referendada pelo presidente da federação nacional do setor, Rubens
Damato, que critica o que chama de insegurança jurídica
criada pelas mudanças nas leis.
"Acho que, na Justiça, teremos
êxito", disse Damato.
A via jurídica é o caminho
vislumbrado pelo economista-chefe da Associação Comercial
de São Paulo, Marcel Solimeo.
"É uma lei extremamente radical e que pode inviabilizar alguns setores da economia", disse. "Em dois anos, vem outro
prefeito e muda tudo, vai querer só anúncio redondo. Como
fica quem investiu legalmente
com base na lei anterior?"
Indagado sobre a possibilidade de ter de enfrentar ações,
Kassab declarou estar tranqüilo. "Podem questionar [na Justiça], não acredito que sejam
bem-sucedidos."
Na opinião do advogado Antonio Carlos de Freitas, especialista em processo civil, há
chance de vitória jurídica do setor privado, mas as ações demandariam longo tempo. "O
melhor é tentar um acordo."
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e EVANDRO SPINELLI)
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