São Paulo, Quarta-feira, 27 de Outubro de 1999
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Parentes de internos tentam agredir monitor que foi refém

da Reportagem Local

Mães e parentes de internos tentaram ontem agredir o monitor Roberto Brasil em frente ao portão principal da Febem Imigrantes. O monitor se afastou da unidade anteontem, depois de ser mantido como refém por menores durante 12 horas.
Ele voltou à unidade ontem para pegar documentos, foi vaiado e chamado de "matador" por parentes de menores infratores.
A tropa de choque teve que intervir para livrar Brasil do grupo de cerca de 50 pessoas que seguiu o monitor. Ele teve que se esconder em uma lanchonete.
"Para bater no filho da gente, ele presta. Agora, ele fica dando uma de vítima", disse Irma Mafra Martins dos Santos, 40, mãe do menor B., 16. "Meu filho já disse que ele é um dos monitores que batem."
"Ele apanhou porque gosta de bater", gritava uma das mães durante o tumulto, sobre os ferimentos que Brasil adquiriu na cabeça e na mão esquerda durante o tempo em que ficou como refém, na madrugada de segunda.
"Meu filho já apanhou desse velho. Agora ele fica aí dando entrevistas", disse ontem Rosângela de Souza, mãe de A., 15.
Em entrevista à imprensa, Brasil negou bater em menores.
A revolta das mães aconteceu depois de um grupo ter conseguido entrar na Febem para visitar os filhos.
Em seguida, pais saíram dizendo que os menores estariam sendo obrigados a beber urina por policiais da tropa de choque, em represália à rebelião. A informação revoltou as mães. Logo depois, as visitas foram suspensas.
Um comandante da tropa negou a informação.
Segundo ele, os policiais não têm acesso aos internos, pois ficam na área externa da unidade e apenas acompanham os menores à distância, cuidando apenas da segurança.


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