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Internos recebem TV para passar o tempo
da Reportagem Local
Menores infratores recolhidos a
unidades improvisadas da Febem
Imigrantes receberam ontem televisão para passar o tempo nos
abrigos. Até anteontem, a maioria
dos menores ocupou o ginásio de
esportes do complexo.
Ontem os adolescentes foram
transferidos para outras unidades
do complexo.
Apesar de a Febem ter informado que os adolescentes receberam
colchões e cobertores, pais de jovens recolhidos disseram que os
menores passaram frio porque o
galpão possui muita ventilação.
O grupo de menores feridos
ocupou as salas de aula de unidades educacionais do complexo.
Os adolescentes, que passaram de
sábado para domingo praticamente sem se alimentar, receberam a primeira refeição, de acordo com o depoimento de alguns
pais, às 21h de anteontem.
Ontem, segundo a Febem, alimentação foi normal. Os adolescentes tomaram café às 7h, almoçaram às 12h e jantaram às 19h. Às
22h tomariam o lanche da noite.
Em razão de a unidade profissionalizante estar ocupada por
menores das UAPs (Unidades de
Acolhimento Provisório) destruídas, as visitas foram transferidas
para outro local. Isso, de acordo
com pais de infratores, causou
constrangimento, principalmente porque o encontro dos jovens
com os pais foi acompanhada de
perto por policiais da tropa de
choque da Polícia Militar.
Representação
Promotores da Vara da Infância
e da Juventude da capital devem
encaminhar hoje à Justiça representação pedindo que os menores
transferidos para o COC (Centro
de Observação Criminológica),
no complexo do Carandiru (zona
norte de São Paulo), não permaneçam lá por mais de cinco dias.
"O ECA (Estatuto da Criança e
do Adolescente) determina que
jovens infratores podem ficar em
prisões, excepcionalmente, por
cinco dias", afirmou o promotor
Ebenézer Salgado Soares.
Segundo ele, além de ser um
desrespeito ao ECA, a presença
dos menores pode estimular revolta no COC. "Quando os jovens
vão para lá, presos adultos têm de
sair de suas celas individuais para
dividir outras celas. Isso gera descontentamento, podendo levar a
um levante", afirmou Soares.
O promotor Wilson Tafner afirmou que deverá entrar com pedido de interdição das unidades
destruídas. "Isso pode ser necessário porque ocorre de monitores
encaminharem menores a alas
ainda não recuperadas", disse.
O deputado Renato Simões
(PT) encaminha hoje um projeto
de lei determinando a extinção da
Febem. Ela deixaria de ser uma
fundação e passaria a ser administrada diretamente pela Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social.
A proposta prevê um prazo de
90 dias para que o patrimônio, os
equipamentos e os funcionários
sejam gerenciados diretamente
pela secretaria.
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