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UNIVERSIDADES FEDERAIS
Segundo sindicato dos docentes, a paralisação pode acabar até o final da próxima semana
Professores sinalizam o fim da greve
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Representantes dos professores
das universidades e escolas técnicas federais, que estão em greve
desde agosto, assinaram ontem
termo de compromisso que sinaliza o fim da paralisação, condicionado ao atendimento das reivindicações dentro do limite orçamentário -R$ 350 milhões.
Mesmo com o termo de compromisso, o Ministério da Educação não garantiu a liberação imediata dos salários retidos.
Durante a negociação, que durou quase cinco horas e pela primeira vez foi aberta à imprensa,
os grevistas reconheceram a intenção de definir os termos do
acordo final para apresentação
nas assembléias.
"Nossa expectativa é a construção do fim da greve", afirmou Roberto Leher, presidente da Andes
(Sindicato Nacional dos Docentes
do Ensino Superior).
"A sinalização condicional é suficiente para a liberação dos salários desde que haja definição da
data de retorno ao trabalho", disse Maria Helena de Castro, secretária do Ensino Superior e negociadora oficial do governo.
A indicação do fim da greve foi
prometida para até o final da próxima semana. "Isso deveria ser o
suficiente", disse Leher durante o
intervalo da reunião.
Para votar o fim da greve, a categoria quer a garantia do uso de R$
350 milhões do Orçamento de
2002 para a incorporação da GAE
(Gratificação por Atividade Executiva) aos salários dos docentes
ativos e inativos e a extensão da
GED (Gratificação de Estímulo à
Docência) aos professores do ensino fundamental e médio.
Segundo os grevistas, são necessários R$ 363 milhões para pagamento das reivindicações. De
acordo com o ministério, apenas
a incorporação da GAE custará
R$ 374 milhões. Neste final de semana, grevistas e ministério tentarão chegar a um consenso técnico relativo aos custos das propostas. O ministério avalia que o consenso deve evitar discussões que
vão além da GAE.
O esboço do acordo prevê uma
solução salarial que não beneficiará 8.400 docentes, 17% do total.
Isso porque eles estão em início
de carreira e não recebem a GAE.
Apesar disso, o governo aceitou
essa reivindicação para demonstrar "flexibilidade". A extensão da
GED aos professores das escolas
técnicas, juntamente com a eliminação da GID, gratificação específica desse nível, também pode gerar desigualdades.
Tensão
No início da reunião, foi anunciado que a presença da imprensa
foi determinação do ministro
Paulo Renato. O governo avaliou
que informações "distorcidas"
sobre a "inflexibilidade" do órgão
estavam desgastando a imagem
de Paulo Renato, que deve ser
candidato nas eleições de 2002.
Nesta semana, o ministro dispensou a intermediação do presidente do STJ (Superior Tribunal
de Justiça), Paulo Costa Leite.
Os representantes sindicais e os
congressistas de oposição, que
não foram avisados da presença
de jornalistas, reclamaram. Por
telefone, Paulo Renato apresentou duas opções: ou a imprensa se
retirava espontaneamente ou a
reunião teria de ser remarcada em
local neutro. Os professores tiveram de aceitar as circunstâncias.
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