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Grupo invade prédio da Bienal e picha "andar vazio'
Houve confronto com seguranças e uma vidraça acabou quebrada; garota de 23 anos foi detida pela Polícia Militar e levada para DP
ADRIANO CHOQUE
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
Cerca de 50 pichadores invadiram o pavilhão da Bienal, no
parque Ibirapuera (zona sul),
na noite de ontem, primeiro dia
de visitação da 28ª Bienal de
São Paulo. O grupo pichou paredes e vidros e trocou socos e
pontapés com seguranças. O
prédio, projetado por Oscar
Niemeyer, é tombado pelo patrimônio histórico.
O ataque ocorreu no segundo
andar do pavilhão, mantido vazio pela organização e que rendeu a esta edição o apelido de
Bienal do Vazio. Alguns visitantes aplaudiram a pichação.
Uma pichadora de 23 anos,
identificada como Carol, foi detida por policiais militares e levada para o 36º DP (Vila Mariana). Até a conclusão desta edição, o delegado Luiz Roberto
Pereira de Arruda ainda analisava por qual crime iria indiciá-la e também se ela ficaria presa
ou seria liberada. Carol pertence ao grupo de pichadores Sustos, da zona sul de São Paulo.
Vários dos pichadores que
agiram ontem também estiveram nos ataques ao Centro
Universitário Belas Artes, em
julho, e à galeria Choque Cultural, no mês passado. A moça detida participou das duas manifestações anteriores com Rafael Guedes Augustaitiz, que
era aluno da Belas Artes e está
na organização dos ataques.
Na Bienal, seguranças e pichadores trocaram socos e
pontapés. A segurança fechou
as portas do prédio até que a
polícia chegasse. Uma vidraça
acabou quebrada.
A ação havia sido agendada
por grupos de pichação havia
vários dias. Os organizadores
da ação distribuíram convites e
fizeram divulgação pela internet convocando os grupos para
uma concentração antes do
ataque. "Espancaremos na tinta a Bienal de arte, esse ano conhecida como Bienal do Vazio",
dizia o texto no convite.
À espera do ataque, os organizadores da 28ª Bienal haviam
reforçada o esquema de segurança para o prédio e, por isso, o
segundo andar estava fechado.
Às 19h30, quando começou a
invasão, algumas pessoas esperavam pelo início de um show
de música eletrônica.
Para evitar suspeitas de que
iriam pichar a Bienal, segundo
Kripta, 24, um dos organizadores do ataque, os pichadores se
reuniram em frente ao prédio
do Detran, na avenida 23 de
Maio, e foram ao local da ação
divididos em grupo de dez.
Toda a ação foi registrada em
vídeo por alguns dos próprios
pichadores. Eles pretendem
pôr o vídeo do ataque à Bienal à
venda.
Colaborou ANDRÉ CARAMANTE , da Reportagem Local
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