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FRIDA GUEIER ZUMBANO
(1915-2009)
A judia polonesa que militou no PCB e não gostava de boxe
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O partidão designou Iracema para encontrar Guarani e
lhe dar o recado. Pombo-correio, ela foi até um largo em
Perdizes, na zona oeste de SP,
sem conhecer o homem para
quem passaria a mensagem.
Acabou apaixonada por ele.
A moça que usava o nome
da virgem dos lábios de mel
era Frida Gueier, judia polonesa que veio ao país no início
dos anos 30 fugindo do nazismo e que saíra da casa do pai,
no interior de SP, para militar
no PCB. Guarani era Waldemar Zumbano, liderança no
partido e lutador de uma tradicional família de boxeadores -foi tio de Eder Jofre.
Casaram-se na clandestinidade em plena ditadura Vargas. Para sobreviver no período, Waldemar -que comandaria a delegação brasileira
de boxe nas Olimpíadas de
1960 e 64- lutava escondido.
Frida -ou Fró, como era
chamada pelos netos- não
gostava de lutas. Achava um
esporte de brutos. Mesmo assim, sempre respeitou a profissão do marido e não se metia no assunto, lembram os
netos Breno e Fábio Altman.
Dada a leituras até o fim da
vida, em especial de livros sobre história, era amiga da escritora Zélia Gattai, com
quem chegou a participar da
organização de um comício
de Luiz Carlos Prestes em SP.
Sua militância partidária
acabou junto com a dissolução da URSS. Continuou
acompanhando a política e
era simpatizante do PT.
Perdeu a filha, a educadora
Raquel, em 2002, e o marido,
em 2004. Morreu na quinta-feira, aos 94, do coração. Deixa três netos e seis bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
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