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Metrô faz minirrampa para facilitar embarque
Medida, na Sé e em Itaquera, é para reduzir vãos entre os trens e a plataforma
Decisão ocorre quatro anos após criação de normas para facilitar acesso de pessoas que têm dificuldade de locomoção, como idosos
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro anos depois da criação de normas para facilitar o
acesso de pessoas com dificuldade de locomoção aos trens, o
Metrô de São Paulo decidiu implantar minirrampas para reduzir os vãos existentes entre
as plataformas e as portas das
composições nas estações Sé, a
maior do sistema, e Itaquera.
Hoje, as plataformas dessas
estações não se enquadram nas
exigências elaboradas pela
ABNT (Associação Brasileira
de Normas Técnicas) porque o
vão é maior do que 10 cm, espaço máximo para a segurança de
cadeirantes e outras pessoas
com dificuldade de andar.
Segundo o Metrô, a melhora
vai beneficiar também idosos,
obesos, gestantes e pessoas
com crianças de colo. Os projetos-pilotos serão aplicados nas
duas estações e depois estendidos a outros terminais do metrô. Como não é possível mexer
nos trens e nas plataformas, o
metrô optou por criar os chamados "pentes prolongadores".
Embora o prazo definido por
decreto federal para a adequação das estações termine em
2014 e a acessibilidade só seja
obrigatória em ao menos um
ponto de embarque, os técnicos
da companhia optaram por
adaptar todas as plataformas.
A necessidade de reduzir os
vãos entre os trens e a plataforma, segundo o Metrô, ocorre
porque há "grande carregamento e conseguinte conflito
de usuários nas operações de
embarque e desembarque".
Disputa
Essa disputa é diária, diz o
aposentado Vitor Jorge, 72, que
usa bengala e ontem à tarde
tentava embarcar na Sé. Segundo ele, ao menos para o idoso,
há mais problemas para entrar
nas composições. "Dizem que o
primeiro vagão é para o idoso,
mas ele é usado por quem quiser, não é preferencial. Não tem
ninguém fiscalizando isso."
Como não existe um sistema
pronto, o Metrô pretende contratar uma empresa para elaborar protótipos dos "pentes".
Os primeiros protótipos, prevê a companhia, devem estar
instalados nas duas estações
até agosto de 2010, para depois
ser espalhado pelas demais.
Como o processo está no início,
a companhia diz ainda não ter
orçado o investimento.
A Folha questionou o Metrô
sobre acidentes devido aos
vãos, mas a empresa respondeu
somente que o número "não é
significativo". Outras medidas,
como avisos sonoros e placas
de orientação, já existem.
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