|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Livros escolares são achados no lixo
Pelo menos 1.500 cadernos de exercício do aluno estavam ao lado de escola estadual de Ribeirão Preto
Secretaria da Educação nega que funcionários da escola tenham descartado o material e diz que vai abrir investigação sobre o caso
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Pelo menos 1.500 cadernos
de exercício do aluno distribuídos pela rede estadual neste
ano foram encontrados em
uma caçamba de lixo ao lado da
escola Eugênia Vilhena de Moraes, na Vila Virgínia, em Ribeirão Preto (313 km de SP).
A maior parte do material estava solta, mas havia exemplares em embalagens fechadas.
Na etiqueta, constavam o nome
e o endereço da escola.
Segundo a Polícia Civil, funcionários da Eugênia Vilhena
confirmaram que parte do material pertencia à escola, mas
não souberam dizer como os livros foram parar no lixo.
A assessoria de imprensa da
Secretaria de Estado da Educação negou que funcionários da
escola tenham jogado o material no lixo e disse que será
aberta uma investigação.
O número total de livros
achados no lixo ainda não havia
sido fechado ontem, mas a contagem inicial indicava pelo menos 1.500 apostilas do aluno, de
acordo com o delegado Marcos
Roberto Silveira. O material era
de diferentes disciplinas, como
matemática, português, geografia, filosofia e sociologia.
A polícia ainda não tem informações sobre como o material foi parar no lixo. A Polícia
Militar encontrou os cadernos
após receber uma denúncia
anônima. Ao chegar ao local, já
havia um catador de papelão
recolhendo parte dos livros e
moradores indignados com o
desperdício.
Parte dos livros foi recolhida
pela PM e vai passar por perícia. Os policiais convocaram
funcionários da escola para recolher o restante -o material
foi empilhado na porta da sala
da administração.
A Folha tentou conversar
com os funcionários, mas eles
se negaram a dar entrevista.
Mauro da Silva Inácio, diretor
estadual da Apeoesp (sindicato
dos docentes), esteve na escola,
mas disse desconhecer quem
jogou os livros no lixo.
Segundo o delegado, o responsável por jogar o material
na caçamba poderá responder
pelo crime de dano ao patrimônio público, com pena de três
meses a três anos de prisão.
Em nota, assessoria de imprensa da Secretaria de Estado
da Educação disse que "vai
abrir uma apuração para investigar por que alguns cadernos
foram encontrados na caçamba" e que "a investigação pode
definir eventuais punições". Na
nota, o órgão diz ainda que não
há aluno da rede estadual sem
material didático. "Todos os 5
milhões de alunos matriculados nas escolas estaduais receberam as cartilhas no início do
ano letivo para usarem em sala
de aula e levarem para casa",
diz trecho da nota.
Segundo a pasta, foram distribuídos neste ano 144 milhões de exemplares do caderno do aluno para as 5.500 escolas de todo o Estado. O investimento feito foi de R$ 113 milhões. Quando sobra material
(a Apeoesp diz que esse é o caso
dos livros achados na caçamba), a assessoria afirma que os
cadernos são recolhidos pela
Diretoria de Ensino.
Não foi definido se o material
será reutilizado em 2010.
Texto Anterior: Opinião: "É necessário promover o direito de ir e vir" Próximo Texto: Juiz muda data do Enem para alunos judeus Índice
|